Lançado nos cinemas em 25 de agosto, Marte Um, de Gabriel Martins, já alcançou a marca de mais de 60 mil ingressos vendidos em todo o país. Além disso, o filme escolhido para representar o Brasil no Oscar 2023, já começou sua campanha rumo à indicação na categoria Melhor Filme em Língua Estrangeira, e, recentemente, foi premiado em dois festivais nos EUA, aumentando ainda mais sua visibilidade entre os votantes.
Nos últimos dias, no Out On Film Festival – Atlanta LGBTQ Film Festival, Marte Um recebeu os troféus de Melhor Filme de Ficção, Melhor Filme Internacional e Melhor Elenco. Já no Nashville Film Festival, o longa recebeu o prêmio de Melhor Longa de Ficção.
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Marte Um é dirigido por Gabriel Martins, um diretor preto e periférico, que ressalta que o filme só existe graças a políticas públicas feitas durante os governos de Dilma Rousseff e Luís Inácio Lula da Silva. O projeto foi contemplado em um edital feito para produções composta majoritariamente por profissionais negros.
“As políticas de incentivo à produção audiovisual são fundamentais para a contínua produção no país. E o público brasileiro quer se ver nas telas, haja vista a bilheteria de Marte Um. Fico muito feliz com os prêmios e reconhecimentos internacionais, mas a maior alegria é os brasileiros fazerem do filme esse sucesso”, conta Martins.
No Brasil, o longa estreou no final de agosto, em apenas 34 salas, e nas semanas seguintes, o circuito exibidor só aumentou, chegando a quase 100 cinemas em todo o país. “Acredito que Marte Um fale ao coração do público, e o boca-a-boca e muito trabalho por parte de nossa equipe só fez aumentar a procura por ele.”, completa o diretor.
Esta também é a primeira vez que um filme dirigido por um diretor preto é escolhido para representar o Brasil no Oscar, e o longa conta com uma carreira de Festivais que começou no prestigiado Festival de Sundance, nos EUA, em janeiro deste ano e sua primeira sessão no Brasil aconteceu no Festival de Gramado, sendo premiado como Melhor Filme pelo Júri Popular, Melhor Roteiro, Melhor Trilha Musical e Prêmio Especial do Júri. Ainda foi exibido em 35 festivais internacionais, ganhando prêmios de melhor longa, também, no Black Star Film Festival na Filadélfia e no San Francisco Film Festival, na Califórnia.
“Estamos muito felizes com o circuito de apoio que se fez ao redor do filme, tanto de produtores e cineastas, quanto como pessoas de outras partes da indústria, que ofereceram suas expertises para nos ajudar nesse processo da campanha. E também encontramos empresas dispostas e disponíveis a colaborar financeiramente com a campanha”, conta Thiago Macêdo Correia, da Filmes de Plástico, produtora do longa.
O filme já conta com um publicista nos Estados Unidos, que será responsável pela gerencia da campanha, e criação de um calendário para agendamento das sessões que vão acontecer em Los Angeles, Nova York, São Francisco e Londres, ao longo dos próximos meses.
Sinopse
O filme traz o cotidiano de uma família periférica, nos últimos meses de 2018, pouco depois das eleições presidenciais. O garoto Deivid (Cícero Lucas), o caçula da família Martins, sonha em ser astrofísico, e participar de uma missão que em 2030 irá colonizar o planeta vermelho. Morando na periferia de um grande centro urbano, não há muitas chances para isso, mas mesmo assim, ele não desiste. Passa horas assistindo vídeos e palestras sobre astronomia na internet.
O pai, Wellington (Carlos Francisco), é porteiro em um prédio de elite, e há um bom tempo está sem beber, uma informação que compartilha com orgulho em sessões do AA. Tércia (Rejane Faria) é a matriarca que, depois um incidente envolvendo uma pegadinha de televisão, acredita que está sofrendo de uma maldição. Por fim, a filha mais velha é Eunice (Camilla Damião), que pretende se mudar para um apartamento com sua namorada (Ana Hilário), mas não tem coragem de contar aos pais.