Texto: Tainara Ferreira
O Brasil está vivendo um momento histórico. Após mais de 500 anos da invasão portuguesa não conseguimos fazer a reparação em prol dos povos tradicionais. Continuamos a viver sob regramentos e entendimentos de uma colônia.
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A PL 14.701/2023 mais conhecida como Marco Temporal vem para reafirmar isso. A proposta define que os povos originários só têm direito aos territórios que ocupavam (ou pelos quais lutavam) na data em que foi promulgada a Constituição Federal, em outubro de 1988.
Ora, o que dizem os parlamentares sobre a invasão portuguesa em 1500 e todo processo colonizatório que desumanizou e nunca concedeu direitos civis aos povos originários que continuam sendo vítimas de genocídio.
Mas, o que o racismo estrutural tem a ver com isso tudo? Ele simplesmente é a base de todo esse processo histórico.
Costumamos referenciá-lo para denominar a escravidão no Brasil e toda tortura sofrida pelos africanos vindos pelos navios negreiros e postos em condição de escravos. Mas, até pelo próprio epistemicídio, pouco discutimos sobre o mesmo processo que recaiu sob os povos indígenas que foram reduzidos pela metade e continuam a ser dizimados.
O distanciamento e segregação desses processos pelas ditas “minorias” contribuem para a desunião de populações que têm a natureza como cerne de suas culturas.
Acredito que o Marco Temporal e a discussão da demarcação de terras indígenas seja a oportunidade de unir quilombolas, religiões de matriz africana e demais povos tradicionais na emancipação de suas sobrevivências, que garantem por consequência a sobrevivência de todos os brasileiros.
O mesmo sangre negro que corre nas nossas veias é o indígena, ambos precisamos parar se sangrar e estancar essa ferida aberta na estrutural social racista e supremacista que o Brasil ainda vive.
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