De 6 a 19 de setembro, filmes produzidos por diretoras africanas e afrodescendentes de vários gêneros e nacionalidades tomam conta do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) Brasília, no Festiva Luz da África. A mostra vai apresentar 13 filmes selecionados entre a produção cinematográfica recente assinada por mulheres e premiada nas edições de 2017 a 2020 do célebre NYAFF – New York African Film Festival, evento que acontece há 30 anos e que trabalha para dar visibilidade às artes e à cultura de países africanos. O recorte da curadoria para esta edição, se concentrou na cinematografia feminina e leva a assinatura da atriz e ativista Maria Gal, da produtora e diretora Carina Bini e da música e pesquisadora Alissa Sanders.
A primeira semana do mês será marcada pela abertura da mostra, com um recorte presencial. Serão realizadas exibições ao ar livre, no Cinema do CCBB (mediante a retirada de ingressos para um número limitado de espectadores) e atividades como contação de histórias, roda de poesia, apresentações musicais e homenagens a países africanos em outros espaços do CCBB, na área externa. As atividades contam com a parceria de Embaixadas de países africanos no Brasil e seguirão os protocolos de segurança e prevenção à Covid-19.
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Depois, de 6 a 19 de setembro, será exibida toda a programação de LUZ DA ÁFRICA, em versão on-line, através da plataforma bb.com.br/cultura. Lá também acontecerão rodas de conversas virtuais com realizadoras e curadoras. Cada filme ficará disponível por apenas um dia, no período das 19h às 23h59.
LUZ DA ÁFRICA conta com o patrocínio do Banco do Brasil e tem a produção da Atman Filmes e Criações.
O FESTIVAL
Durante 19 dias, o público brasileiro poderá conhecer um pouco da vida, da cultura e também das questões sociais que caracterizam a realidade de diferentes países, através do olhar e do pensamento de realizadoras africanas ou afrodescendentes do mundo todo. Nesta primeira edição, LUZ DA ÁFRICA exibirá títulos que foram premiados no importante NYAFF, o Festival de Cinema Africano de Nova York, considerado essencial para aumentar, dar visibilidade e reconhecimento aos artistas africanos no exterior.
Dentre os 13 títulos selecionados pela curadoria, estão produções como “Subira”, de Ravneet Chandha, sobre uma mulher de espírito livre que luta contra os costumes tradicionais do país. De 2018, o filme foi o primeiro a ser indicado ao Oscar pelo Quênia. Também queniano, “Lua Nova”, de Philippa Ndisi-Herrmann, recebeu vários prêmios em 2018 ao abordar os impactos da construção de um moderno porto sobre a vida de uma pequena ilha islâmica.
A programação inclui ainda “Min Alesh?”, filme etíope de 2019, que fala sobre a paixão de uma mulher pela corrida e de como esse esporte pode ajudar a mudar a vida de toda a família. Também “O Som das Máscaras’’ coprodução Moçambique, África do Sul e Portugal, que promove uma viagem pelo passado e presente de Moçambique, através da dança e da contação de histórias.
A mostra contempla a produção brasileira, com filmes assinados por diretoras negras. Atual diretora da SPCine, a cineasta Viviane Ferreira assina “Um dia com Jerusa”, que tem a grande atriz Léa Garcia no elenco e que apresenta um tocante retrato de diferentes gerações de mulheres negras de São Paulo. Da diretora Renata Martins, LUZ DA ÁFRICA exibe “Sem Asas”, que ganhou o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de Curta-metragem em 2019 e que apresenta uma história comovente e infelizmente bastante recorrente no Brasil. E a cineasta Sabrina Fidalgo comparece com duas produções, “Alfazema” e “Rainha”. Sabrina foi eleita pela publicação norte-americana Bustle como a oitava dentre as 36 diretoras do mundo que estão mudando os paradigmas em seus países.
Segundo informa a curadora e diretora da mostra, Carina Bini, a curadoria se preocupou em apresentar a multiplicidade de linguagens deste universo das narrativas com protagonismo feminino de diversas nacionalidades. “Acredito que os filmes da mostra trazem um olhar destas mulheres potentes, retratando a diversidade cultural que constitui o continente africano e todas as questões sociais que permeiam sua atualidade. Para nós, é mais uma ponte para nos aproximar e nos fazer conhecer mais a fundo o continente africano. O olhar para a cultura africana nos leva ao espelhamento de nós mesmos, num resgate de nossas raízes e ancestralidade que permeiam a grande maioria da população brasileira.”
A atriz e produtora Maria Gal, uma das curadoras, celebra a realização da mostra no momento atual do Brasil: “Poder contribuir para apresentar filmes que trazem representatividade de forma tão diversa é algo muito especial e simbólico neste momento em que a sociedade brasileira está mais atenta à pauta racial em contraposição com a realidade brasileira em que narrativas pretas assim como profissionais pretos na frente e por trás das câmeras ainda são tão invisibilizados”.
Confira a programação completa em: https://ccbb.com.br/brasilia/programacao/luz-da-africa/
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