‘Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor’, documentário que celebra o legado poético do cantor e compositor, estreia para o público dia 14 de março, no cinema. O filme explora a contribuição musical e o contexto histórico do renomado músico e autor de sucessos que encantam gerações.
O documentário traz uma pesquisa ampla com materiais de arquivos do próprio Lupicínio, além de entrevistas e falas de artistas como Elza Soares, Gilberto Gil, Gal Costa e Caetano Veloso. A produção também aborda um episódio importante da história de Lupicínio envolvendo a faixa Se Acaso Você Chegasse. A música fez parte da trilha sonora de um musical de Hollywood, Dançarina Loura, e, mais tarde, foi indicada ao Oscar de 1945. Mas, além de não ter sido consultado sobre o uso da canção, Lupicínio só foi receber direitos autorais anos após o sucesso. Até hoje seus créditos na indicação ao Oscar não foram reconhecidos.
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“Eu quis que essa questão dos direitos e créditos ganhasse força no filme porque Lupicínio vendia sambas no câmbio negro. A questão não é só de crédito, mas de economia da cultura. Se a música é o que o Brasil faz de melhor, por que não somos capazes, enquanto país, de dar o devido retorno econômico aos mestres da nossa música? A riqueza resultante desse valioso patrimônio cultural deveria chegar aos autores”, comenta Alfredo Manevy, que faz sua estreia na direção.
A obra foi premiada com Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora na 17ª edição do Fest Aruanda 2022 e prêmio do público de melhor documentário em Lisboa, no Festival Internacional da Língua Portuguesa 2023, além de participar de outros grandes festivais nacionais e internacionais de cinema. A produção também recebeu Menção Honrosa por sua força narrativa ao resgatar e ressaltar a importância de um dos maiores compositores da música popular brasileira e pela riqueza de sua pesquisa.
“Lupicínio é o pai da música de sofrência, que se tornou com ele e depois dele um gênero imensamente popular. Não por acaso Lupi atravessa gerações de intérpretes. Não ocultamos as atitudes, letras e emoções dele com as mulheres de sua vida porque isso seria apagar algo da essência de sua musicalidade e da verdade de sua história. Esconder o machismo não nos ajudaria a compreender e refletir as contradições da época. Ali estão misturados a paixão, o romance, a traição e, claro, o machismo daquele período”, completa Manevy.
De acordo com o diretor, o filme tem histórias saborosas contadas pelo próprio Lupicínio, ao mesmo tempo em que dá a dimensão da sua coragem musical, e da dificuldade de um homem do extremo sul do Brasil chegar ao centro da indústria cultural naquele tempo.
O documentário é produido pela Plural Filmes em parceria com o Canal Curta. Veja o trailer abaixo!
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