O apresentador Luciano Huck, 51, e o ator João Vicente de Castro, 40, estão mobilizando uma vaquinha com o objetivo de arrecadar R$ 190 mil para Max Ângelo dos Santos, 36, que foi agredido pela ex-atleta de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá, no último domingo (9). Em menos de 24 horas, a arrecadação já atingiu mais de 100 mil. O valor será usado para que ele e sua família comprem a própria casa.
Max ficou desempregado durante o auge da pandemia de Covid-19 e as entregas por aplicativo se tornaram sua principal fonte de renda. Pai de três filhos e sem moto, ele relatou que pedala no mínimo 12 horas por dia na zona sul do Rio de Janeiro, podendo chegar a 16 ou 18 horas.
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Embora a vaquinha ajude Max a comprar a casa própria, o ativista Antonio Isuperio publicou um vídeo com reflexões direcionadas a essas ações para vítimas de violência racista. “É muito importante que pessoas brancas se posicionem em situações de racismo e contribuam para essa narrativa antirracista no Brasil. [mas] Quando a gente não compreende, de fato, como funciona a estrutura, a gente pode atrapalhar a narrativa do antirracismo”, inicia o vídeo.
“Se a gente não lutar por justiça social, a situação do Max não vai mudar. Ele só está tendo essa reação do sistema, porque escancarou de fato uma situação que é muito comum no Brasil. Se tirar o Max dessa situação – com todo o apoio que ele merece, e que é o mínimo que o sistema deveria fazer -, não deveria contar com a ajuda de pessoas físicas, porque a gente sabe que grande maioria das pessoas que vão realmente se mobilizar para fazer a essa reparação pro Max, são pessoas negras. Essa reparação deveria ser feita só por pessoas brancas”, destaca Isuperio.
“A gente pode retirar ele novamente, mas já já ele vai estar nessa situação de novo. “Várias pessoas estão nessa situação de novo, e a gente não fala de uma situação individual, é coletiva”, completa.
Outro ponto levantado pelo ativista, é como a visão do ‘branco salvador’ é colocado com mais protagonismo do que a violência racista. “‘Razões para Acreditar’, é uma das páginas que mais atrapalham o discurso antirracista no Brasil porque ela favorece o discurso do branco salvador, que não contribui em nada para a justiça social”, reflete sobre a página que também está promovendo a vaquinha. “Pode parecer bonitinho e completamente colaborativo, mas é só fantasia capitalista”, finaliza.
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