Na sexta-feira, 14, a editora Mostrada publicou uma nota repudiando a censura ao livro “Meninas Sonhadoras, Mulheres Cientistas”, escrito pela juíza Flávia Martins de Carvalho, que foi retirado das salas de aula e bibliotecas das escolas municipais de São José dos Campos, interior de São Paulo.
Em nota, a editora manifestou surpresa com a decisão, destacando que o livro, escrito em versos e ilustrado, conta a trajetória de cientistas renomadas como Sueli Carneiro, Lélia Gonzalez, Dorina Nowill, Débora Diniz e Marielle Franco, ressaltando suas contribuições para o conhecimento e a defesa dos direitos humanos. “Repudiamos qualquer tipo de censura e defendemos que obras que promovem o pensamento crítico e o exercício da cidadania devem permanecer nas escolas, sem quaisquer impedimentos de ordem autoritária”, declarou a editora.
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A ordem de retirada foi comunicada às escolas na quarta-feira, 11, e cumprida no dia seguinte. O pedido foi feito pelo vereador Thomaz Henrique (PL), alegando que a presença de Débora Diniz, conhecida por sua defesa do aborto, justificava uma revisão do material. De acordo com a prefeitura, a obra passará por uma análise pela equipe técnica da Secretaria de Educação e Cidadania.
O livro “Meninas Sonhadoras, Mulheres Cientistas” vai além de uma simples compilação de biografias. Através de poesias e ilustrações, Flávia Martins de Carvalho celebra a vida de 20 mulheres, abordando suas histórias de superação e sucesso. A maioria das homenageadas são mulheres negras e brasileiras, mas a obra também destaca mulheres indígenas, brancas e estrangeiras, todas atuantes em diversas áreas e unindo suas atividades a ações afirmativas e sociais.
Flávia Martins de Carvalho, escritora e formada em Comunicação Social e Direito, é conhecida por produzir obras que enfatizam a representatividade e a autoestima de pessoas negras, uma carência que identificou em sua própria infância. Além disso, Carvalho atua como juíza auxiliar do juiz Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal.
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