Liderança e Influência Negra: um caminho para melhora na gestão, lucratividade e ESG

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Liderança e Influência Negra: um caminho para melhora na gestão, lucratividade e ESG
Foto: Diane Bondareff/AP Images

Texto: Rosana Fernandes

Recentemente tenho me deparado com excelentes notícias no mercado, como a escolha de Sarah Bond, como primeira CEO negra da Xbox e da lenda do basquete Shaquille O’Neal como novo CEO da divisão de basquete da Reebok. Celebro por vários motivos: ver mais uma forma de reconhecimento a profissionais com jornadas incríveis, por ter homens e mulheres negros em posições altamente estratégica e por todos os reflexos e aprendizados relacionados à agenda ESG que esta escolha sinaliza para o mercado e poder de inspirar mais marcas e empresas a seguirem direções estratégicas semelhantes.

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Falando mais especificamente sobre Shaq, mesmo para quem não é amante de NBA, a trajetória de Shaquille O’Neal, é uma verdadeira inspiração, indo além das quadras de basquete e se estendendo ao mundo dos negócios. Ele não é apenas um empresário bem-sucedido, mas também o segundo maior acionista da empresa que adquiriu a Reebok. 

Ao se tornar o presidente da divisão de basquete, ele não apenas demonstra, mais uma vez, sua habilidade para a liderança e relevância no meio empresarial, mas também marca o início de uma nova fase para a empresa e indústria como um todo.

Entre suas principais responsabilidades, como ele mesmo declarou em algumas entrevistas a respeito, estará a responsabilidade de ‘criar pontes’. Conforme declarou à Boardroom: “Uma grande parte do meu papel será aproveitar a minha rede para construir pontes, conectar a marca com os jogadores e ajudar esses jogadores a desenvolverem-se através da sua parceria com a Reebok.”

E é justamente atentando a esta declaração dada por ele que gostaria de fazer alguns paralelos com a lógica de gestão e ESG que pode inspirar sua empresa e modelos de  liderança.

Shaq como modelo: Diversidade e eficácia no Gerenciamento de stakeholders

A experiência e conexões no mundo do basquete, possuindo uma presença massiva nas redes sociais, com mais de 40 milhões de seguidores. A ativa participação de Shaq online, além de seu programa de grande audiência na TNT o tornam uma figura influente  e estratégica no cenário esportivo. Outro fator importante é seu longo histórico de conexão com a marca que o patrocinou ao longo de sua carreira na NBA, e como isso comprova a importância do marketing de influência no mundo dos esportes, mas também é extensível a outros mercados.

Talvez você esteja se perguntando. Ok, e o que essas informações podem nos ensinar sobre gerenciamento de stakeholders? Bem, entre várias possibilidades, destaco a importância de olhar a diversidade e ter representações não apenas ilustrativas (tokenismo), mas também capacitadas para atrair inovação e conduzir os processos de formas diferentes.

As empresas que de fato se atentem para o posicionamento estratégico e ético de terem lideranças com perfis diversos podem construir e colher bons resultados como a Reebok está traçando. A liderança de Shaq transita muito bem entre diferentes stakeholders: ele é um empresário respeitado, especialista no mercado do basquete, inspiração para jovens atletas e o público em geral, além de um grande investidor também. 

Por fim, acrescentando sobre a análise do mercado da diversidade, fazendo um recorte sobre a importância do olhar ESG com atenção à perspectiva étnico-racial, tudo bem ele ser uma pessoa pública e com vários anos de experiência, embora pareça, num primeiro momento, uma espécie de ‘agulha no palheiro’, ele não é o único. Existem no mercado global e brasileiro, inúmeros profissionais negros altamente capacitados para liderar frentes executivas, posições de liderança, a agenda ESG e até mesmo posições em Conselho.

Referência para o mercado brasileiro

No Brasil, país onde mais de 56% da população é negra; entre 2010 e 2019 houve um aumento de 400% na formação universitária de pessoas negras, conforme dados do IBGE e ao mesmo tempo é constatado pelo Ceert, em 2021, a sub utilização de 41,5% de mulheres negras no mercado de trabalho, além de 60% da população negra predominantemente atuar no mercado informal. Dados como estes apontam que não faltam profissionais, na verdade sobram barreiras que vêm impedindo a ascensão dos mesmos, para ocuparem mais posições de lideranças.

Ainda que tais barreiras sejam chocantes, é possível encontrar profissionais capacitados e experientes para estas posições, basta a manutenção do compromisso em criar sistemas intencionais, não apenas para cargos de entrada, mas especialmente  para posições de liderança estratégica, além de mais apoios e políticas de desenvolvimento e planejamento de sucessão considerando perfis mais diversos. A Reebok está inteligentemente capitalizando essa influência para fortalecer sua posição no mercado.

Certamente a dedicação a esta agenda de Investimentos em ESG (Environmental, Social, and Governance) e diversidade racial reforçará o compromisso da Reebok com valores éticos e inclusivos, algo que refletirá junto aos consumidores modernos.

Por fim, destaco que a história de Shaquille O’Neal, sua parceria com a Reebok e o cenário em constante evolução da indústria esportiva ilustram como a influência, o marketing e a lucratividade estão interligados. A capacidade de uma marca em alavancar a influência de figuras notáveis e adaptar-se às mudanças do mercado pode ser a chave para o sucesso e a lucratividade nos negócios de hoje.

 

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