
O juiz Edinaldo César Santos Júnior, conhecido por sua atuação em direitos humanos, defesa da infância e juventude e combate ao racismo institucional no Judiciário, foi encontrado morto neste domingo (1º), aos 45 anos. A causa da morte não foi divulgada.
Natural de Aracaju (SE), Edinaldo era juiz de Direito no Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE) e atuava como juiz auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ocupava posições estratégicas no sistema de Justiça e se destacava por seu trabalho técnico e político em prol de uma Justiça mais inclusiva.
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Doutorando em Direitos Humanos pela Universidade de São Paulo (USP), era mestre na mesma área pela Universidade Tiradentes. Ao longo da carreira, teve papel central na formulação de políticas públicas voltadas à proteção de crianças e adolescentes, tanto no TJ-SE quanto no CNJ.
No CNJ, também esteve à frente de iniciativas para promoção da equidade racial. Foi um dos idealizadores do Encontro Nacional de Juízes e Juízas Negros (Enajun), que discute anualmente o enfrentamento ao racismo institucional no sistema judiciário brasileiro.
A morte do Dr. Edinaldo tem sido lamentada por muitas figuras políticas e do movimento negro. Entre elas, Macaé Evaristo, ministra dos Direitos Humanos, fez uma publicação nas redes sociais, se despedindo do juiz. No mês passado, ambos estiveram na 99ª Sessão do Comitê dos Direitos da Criança da ONU na Suíça.
“Estivemos juntos na missão para Genebra, representando o Brasil. Me encantei com seu jeito doce e alegre, com sua inteligência e com seu comprometimento com a defesa dos direitos da criança e do adolescente.”, escreveu a ministra, ao recordar da 99ª Sessão do Comitê dos Direitos da Criança da ONU em Genebra, “Minha solidariedade à família e aos amigos. O Brasil perde hoje um grande defensor dos direitos humanos.”, finalizou o texto.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também lamentou a morte: “Deixa um legado inestimável para o Direito e para a promoção da justiça racial no Brasil. Sua trajetória é exemplo para toda a magistratura.”
Além da atuação institucional, Edinaldo era autor e organizador de obras jurídicas, professor universitário e colaborador na formação de novos profissionais do Direito. Colegas de diferentes regiões destacaram sua generosidade, firmeza ética e o compromisso com os direitos fundamentais.
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