Evento reconhece os principais nomes e ações em prol da igualdade racial no Brasil
O Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) anunciou os finalistas do Prêmio “Sim à Igualdade Racial 2022”, que será transmitido no dia 28 de maio, no Multishow e canal do ID_BR no YouTube. A iniciativa, que entra em sua quinta edição, visa mapear, reconhecer e premiar pessoas, empresas, iniciativas e organizações que atuam em prol da igualdade racial no Brasil.
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A cantora Iza, o rapper e apresentador Mano Brown estão entre os indicados. Iza aparece na categoria arte em movimento, e Brown na categoria Inspiração. O podcast Mano a Mano, comandado por Brown, também está concorrendo, na categoria Raça em Pauta.
No total, são 10 categorias divididas em três pilares: Cultura (arte em movimento, destaque publicitário, raça em pauta, influência e representatividade digital), Educação (educação e oportunidades, inspiração e intelectualidade), e Empregabilidade (comprometimento racial, liderança negra ou indígena, trajetória empreendedora), contando com indicações populares.
Durante os meses de novembro e dezembro, o público foi o responsável por indicar os nomes concorrentes. Em seguida, o ID_BR realizou uma curadoria interna para definição dos finalistas. Agora, os quatro nomes de cada categoria serão encaminhados ao júri especializado, formado por pessoas de conhecimento notório em cada pilar, para a escolha dos vencedores.
Os campeões levam para casa o troféu “Mad World”, do artista plástico Vik Muniz, além de serem contemplados com R$ 3 mil reais para fortalecer seus projetos, apoiar uma instituição ou, até mesmo, realizar algum objetivo pessoal.
“É essencial e urgente dar visibilidade às ações com foco nas populações negras e indígenas, por isso, o Prêmio Sim à Igualdade Racial se torna tão necessário e especial. É preciso mostrar na prática o que já está sendo feito e o quanto ainda precisamos evoluir para construir uma sociedade mais igualitária e justa”, comenta Tom Mendes, diretor financeiro e administrativo do ID_BR.
CONHEÇA OS FINALISTAS AO PRÊMIO “SIM À IGUALDADE RACIAL 2022”
Pilar Cultura Arte em Movimento
Cantores, produtores culturais/musicais e artistas negros e indígenas que geram impacto social com o seu trabalho e relevância para o seu grupo racial.
- Enme: natural do Maranhão, Enme é cantora, compositora e rapper que traz em sua sonoridade, o funk, trap, hip hop e o afrobeat misturados aos ritmos e tambores nordestinos.
- IZA: uma das principais vozes da atualidade, IZA é cantora, compositora, apresentadora e publicitária. Seu primeiro álbum, lançado em 2018, recebeu uma indicação ao Grammy Latino.
- Jeferson De: roteirista e diretor de curtas premiados, Jeferson nasceu em Taubaté e estudou cinema na USP, onde foi bolsista da FAPESP com a pesquisa: “Diretores Cinematográficos Negros”. Em 2000, publicou o manifesto “Dogma Feijoada”.
- Dauá Puri: multiartista é músico, contador de histórias e escritor. Dauá é um dos principais responsáveis pelo movimento de retomada da cultura e ancestralidade Puri e precursor do movimento indígena Puri na cidade do Rio de Janeiro.
Destaque publicitário
Agências e empresas que produzem peças e filmes que tratam da temática racial e indígena. As peças deverão ter sido lançadas em 2021.
- Magazine Luiza: mini-documentário “LEGADO: O Programa de Trainee Magalu exclusivo para negros”.
- Avon/Wunderman Thompson: campanha OLHA DE NOVO #AvonTaOn.
- Coca-Cola: campanha “O Natal se torna mágico quando estamos juntos”.
- Vivo: campanha de virada de ano novo. A empresa quis repassar uma mensagem de otimismo e esperança.
Raça em pauta
Pessoas que pautam com frequência e relevância assuntos de temática racial. Podem ser jornalistas, colunistas, produtores de conteúdo, apresentadores, de qualquer cor ou raça.
- APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil): instância de referência nacional do movimento indígena no Brasil, criada de baixo para cima e nasceu com o propósito de fortalecer a união dos povos, a articulação entre as diferentes regiões e organizações, além de mobilizar os povos e organizações contra as ameaças e agressões aos direitos indígenas.
- PerifaConnection: plataforma de disputa de narrativa sobre as periferias que conta com colunas semanais na Folha de S. Paulo, Meia Hora, Estadão e Voz das Comunidades.
- Afro.TV: plataforma que desconstrói o formato tradicional de notícias, lar de vozes brilhantes, engraçadas e influentes nas conversas que mais importam para o público afro-brasileiro.
- Mano a Mano: podcast apresentado pelo rapper Mano Brown que tem o objetivo de ampliar a visão e o debate, trazendo diversidade de ideias e pensamentos com profundidade e respeito.
Influência e representatividade digital
Influenciadores digitais negros e indígenas, sejam eles youtubers, blogueiros, instagrammers, tiktokers, facebookers ou expoentes das demais redes sociais.
- Bruna Bandeira: artista e pedagoga, Bruna é CEO do “Imagine e Desenhe” e desenvolveu uma rede de apoio e representatividade dando vida a ilustrações que representam a ancestralidade, subjetividade e as desigualdades sociais que afetam a população preta e o cotidiano periférico.
- Preta Araujo: é influenciadora digital, atriz e apresentadora. Em seu canal no Youtube, Preta compartilha experiências, risadas e aprendizados.
- Txai Suruí: da etnia paiter-suruí, Txai é ativista e criou o movimento da Juventude Indígena de Rondônia no início de 2021. A jovem é a primeira de seu povo a cursar direito.
- Samela Awiá: ativista que luta pela preservação do meio ambiente, Samela é estudante de biologia e faz parte do Fridays For Future Brasil – movimento fundado pela sueca Greta Thunberg.
Pilar Educação
Educação e Oportunidades
Iniciativas que buscam promover a Igualdade Racial por meio da educação, criando formas de acesso, narrativas e métodos de aprendizado.
- Associação UniFavela – Semeando o Ensino Popular: organização que desenvolve um trabalho político-pedagógico antirracista, por meio da dinâmica de pré-vestibular.
- Escola Rua: primeira escola de criatividade focada em promover diversidade, inclusão e equidade no mercado publicitário.
- Wakanda Educação: a organização tem o foco de ajudar pessoas a reagir às transições do mercado para gerarem ou manterem suas rendas e oferece experiências no formato de imersões práticas, onde o participante exercita conteúdos com o objetivo de criar estratégias para fortalecer pontos frágeis do empreendimento.
- Instituto Canarinhos de Sergipe: ONG com finalidades culturais, de assistência social, promoção da cidadania e dos direitos humanos que atende crianças, jovens e adolescentes do Estado de Sergipe.
Inspiração
Pessoas negras e indígenas que, por meio do seu trabalho, inspiram outros negros e indígenas a criarem narrativas. Esta categoria também tem o objetivo de homenagear grandes nomes que se tornaram referência de representatividade no Brasil, independentemente da área de atuação.
- Mano Brown: rapper e compositor brasileiro. Pedro Paulo Soares Pereira, é um dos integrantes dos Racionais MC’s, grupo de rap paulista.
- Joênia Wapichana: advogada e a primeira mulher indígena a exercer a profissão no Brasil. Joênia é deputada federal desde 2019.
- Arassari Pataxó: representante da etnia Pataxó no sul da Bahia, Arassari se define como um guerreiro que luta pelo respeito dos direitos dos povos indígenas no Brasil.
- Vanda Ortega: líder indígena do povo Witoto, Vanda se tornou um símbolo da luta contra a Covid-19, salvando vidas em sua comunidade. Ela foi a primeira profissional de saúde e mulher indígena do Amazonas a ser imunizada contra a doença.
Intelectualidade
Grandes pensadores, escritores, doutores e estudiosos negros e indígenas sobre a temática racial.
- Ailton Krenak: líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e escritor brasileiro da etnia indígena crenaque. É considerado uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro, possuindo reconhecimento internacional.
- Luciana Brito: Doutora em História, especialista nos estudos sobre escravidão, abolição e relações raciais no Brasil e EUA. É professora na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), escritora e colunista no Nexo Jornal.
- Sidnei Barreto Nogueira: é coordenador e professor do Instituto Ilê Ará SP – Instituto Livre de Estudos Avançados em Religiões Afro-brasileiras. É autor dos livros “Intolerância Religiosa” e “Coisas do Povo Santo”.
- Kiusam de Oliveira: atua como professora há mais de 25 anos, tendo dedicado grande parte deste período à Educação Especial e à formação de profissionais de Educação no município de Diadema/SP, implantando a lei 10.639/03 (que versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana). Desenvolveu também atividades formativas para educadores e profissionais de todas as áreas juntamente às instituições públicas e privadas, com temáticas relacionadas à diversidade de gêneros, questões étnico-raciais e afins.
Pilar Empregabilidade
Comprometimento Racial
Empresas que possuem práticas em prol da equidade racial, desde programas internos e grupos de trabalho até posicionamentos perante o público externo.
- Pepsico: empresa com mais de 12 mil funcionários no Brasil, colocando o respeito e o incentivo à diversidade e inclusão no centro dos seus esforços.
- Mondelez International: a companhia possui compromissos com diversidade, equidade, inclusão corporativa e sustentabilidade, dentre elas, é integrante do MOVER – Movimento pela Equidade Racial.
- Unilever Brasil: multinacional britânica de bens de consumo com sede em Londres, no Reino Unido. Em 2021, a companhia anunciou a criação do fundo “Afrolever” para acelerar a inclusão racial.
- Ambev: empresa brasileira dedicada à produção de bebidas. Em 2020, a organização assumiu 13 compromissos para ajudar a promover a igualdade racial em seu ecossistema. A companhia anunciou que mais do que dobrou a sua meta anual para promoção e contratação de lideranças negras em 2021.
Liderança
Pessoas negras e indígenas que possuem status de liderança em suas áreas de atuação e são referência para o mundo corporativo.
- Mônica Marcondes: é economista, advogada formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e mestre em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da USP. Atualmente atua como Especialista Executiva de Investimento no Santander e membro do board do Instituto Adus.
- Leila Luz: é Relações Públicas no setor químico, cuja trajetória tem aproximadamente 8 anos, atualmente, é gerente sênior de Diversidade e Inclusão da Coca-Cola Company, passando anteriormente pelo banco Santander como consultora sênior e Líder Global de Diversidade e Inclusão na BRF, uma das maiores empresas de alimentos do mundo.
- Nadja Cristina da Silva Brandão: atua há 15 anos na área Jurídica de empresas multinacionais e Nacionais dos segmentos de serviços e indústria. É especialista em Risk Management, atuou e conduziu a área de Compliance, além de possuir vivência como palestrante sobre os temas Gestão Estratégica, Gestão Disruptiva, Inclusão e Diversidade.
- Débora Mattos: General Manager da Coca-Cola Chile, Bolívia e Paraguai, a executiva ingressou há quase oito anos na empresa. Em 2020, Débora foi convidada a chefiar o gabinete da Presidência da Coca-Cola América Latina por 1 ano, e assumiu, em janeiro de 2022, como GM da Coca-Cola no Chile, Bolívia e Paraguai. Débora é líder do grupo de equidade de raças na América Latina.
Trajetória Empreendedora
Empreendedores negros e indígenas que possuem negócios inspiradores e de sucesso e que geram impacto no seu grupo racial.
- Thais Ramos/De Benguela: a De Benguela é a primeira loja do Brasil especializada em diferentes texturas de cabelo crespo natural para alongamentos e apliques. Uma loja que traz produtos de qualidade e de difícil acesso no Brasil, contribuindo para o embelezamento e autoestima da mulher de cabelo crespo e cacheado.
- Mônica Tavares, Daiane Menezes, Diana Rosa e Milena Moraes/Malembe Food & Drinks: quando chegou em Salvador, a empresária Milena Moraes teve dificuldade, como mulher negra, de encontrar um boteco para frequentar e só se divertir. A falta de um local assim foi um dos incentivadores para a criação do Malembe junto com suas amigas.
- Edu Lyra | Gerando Falcões: passou a infância num barraco em uma favela em Guarulhos-SP. Teve o pai preso no sistema carcerário. Cresceu visitando seu pai no presídio, mas com o apoio de sua mãe ele pode transformar a sua vida. Ele foi para a universidade e mesmo não se formando, escreveu um livro chamado Jovens Falcões que era vendido de porta em porta na periferia e na favela – com um time de 50 jovens.
- Watatakalu Yawalapiti/MMTIX: a ATIX-Mulher é um setor de atenção à causa da mulher xinguana e tem como sua base de apoio o Movimento de Mulheres do Xingu (TIX). A ATIX-Mulher é parte da estrutura orgânica da ATIX-Associação Terra Indígena Xingu. Representamos os 16 povos indígenas do Território Indígena do Xingu-TIX.
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