Texto: Rachel Maia
Todo e qualquer debate só é válido quando há inclusão, e esse é um ponto pelo qual tenho insistido. Participando de um seminário sobre inclusão racial que aconteceu em São Paulo, percebi que nenhum de nós está disposto a retroceder ou simplesmente invalidar toda a nossa trajetória de luta e resiliência. Passaremos por mais essa!
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As últimas notícias sobre a gestão do presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, não são nada animadoras. No entanto, o Brasil pode ser referência em diversidade e inclusão, indo na contramão das atitudes do presidente americano (que também retirou o país do Acordo de Paris) e se posicionando ativamente para mostrar que diversidade e sustentabilidade correspondem a uma economia saudável.
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) é uma oportunidade de suma importância para que o Brasil, que já é referência em biodiversidade, avance nas questões de sustentabilidade. Como mostra o Índice de Performance Ambiental (EPI), criado pela Universidade de Yale, nos EUA, o Brasil se encontra na 48° posição no ranking de sustentabilidade do EPI, ficando atrás de países como Costa Rica e Venezuela, que estão entre os 180 países avaliados.
Esse assunto é nosso
Promover a inclusão de pessoas negras e indígenas na tomada de decisão é algo necessário para que a evolução seja uma realidade possível para todos os brasileiros. O engajamento para que pessoas locais participem ativamente da COP 30, que acontecerá em Belém do Pará em novembro, teve início já na COP 29, em 2024, e foi fundamental para medidas governamentais.
As urgentes demandas climáticas, que acomete principalmente pessoas que estão às margens da sociedade e que fazem parte do quadro de racismo ambiental (sem acesso a água potável, saneamento básico e garantia de estruturas seguras para moradia e sobrevivência), precisam estar inseridas neste movimento de maneira estratégica, pois essas populações vivenciam diariamente as mazelas da escassez, e ainda assim, seguem perseverantes.
Essas pessoas precisam ser incluídas continuamente no processo de resoluções, por tudo o que representam para a sociedade e para natureza. Para isso, é necessário estabelecer metas que ultrapassem as ações momentâneas e o entusiasmo de eventos dessa magnitude, que colocam o Brasil em destaque e, consequentemente, os brasileiros em evidência.
Não podemos ignorar o fato de que estamos na lista dos países que mais poluem o meio ambiente e que a falta de recursos financeiros para quem está na base nos impede de avançar com mais agilidade e precisão. Já sabemos que a separação de classes foi um erro. O que precisamos agora é estabelecer maneiras para que a COP 30 seja mais do que um evento, seja um movimento efetivo para mapear todos os desafios e solucioná-los de forma concreta.