‘ÌYÁ ÀGBÀ ṢIRÉ: O Poder do Sagrado Feminino‘, o novo projeto musical do Grupo Ofá, formado Luciana Baraúna, Yomar Asogba e Iuri Passos, integrantes do Terreiro do Gantois, traz a participação de artistas consagrados da MPB em uma homenagem a essas divindades, representando a força dos orixás e das mães ancestrais, em forma 16 canções/Orikis em formato de CD, Vinil e digital para acesso nas plataformas streaming de música.
O lançamento será para convidados no dia 15 de setembro, às 16h, no Centro Cultural Barroquinha, em Salvador. Com direção geral de Flora Gil, direção artística e musical de Yomar Asogbá e Iuri Passos, produção musical de Iuri Passos e Alê Siqueira e produção executiva de Eveline Alves e José Maurício Bittencourt, a concepção desse novo trabalho traz como referência principal a música de matriz africana com arranjos e elementos da música contemporânea.
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Margareth Menezes, Luedji Luna, Vanessa Moreno, Fabiana Cozza, Vovó Cici, Roberto Mendes, Irma Ferreira, Mãeana, Xênia França, Vanessa da Mata, Preta Gil, Milton Nascimento, Péricles e Baco Exu dos Blues, são os artistas que emprestam suas vozes para os Orikis, que em yorubá, significa: “louvar, saudar, evocar”.
Para Irma Ferreira, essa participação foi “um processo de reconexão, de conseguir entregar com minha arte tudo o que o Axé representa na minha vida, como cuidado, como cura, como segurança, esse trabalho para as Ìyá Àgbà é uma forma de entregar tudo isso”. A escolha do repertório, já que são cânticos sagrados, é uma decisão coletiva e passa pela liderança do Terreiro do Gantois. A partir daí, Iuri Passos, arranjador e diretor musical e artístico, faz as escolhas das canções já pensando nas vozes, nas energias que esses artistas vão trazer ao cantar.
Ao contrário de Obatalá, que foi construído em cima da energia equilibrada de Oxalá, essa nova obra é de múltiplas energias: Exú, Nanã, Oxum, Obá, Yemanjá, Ewá, Yansã, Iyá Mase Malê e Logún Edé trazendo uma sonoridade completamente diferente. Com isso, Iuri pensou um caminho com harmonias pentatônicas, harmonias que estão mais próximas da forma de cantar nos terreiros de candomblé, trazendo a textura e força dos atabaques misturada a música popular e erudita, tudo sempre com equilíbrio musical e sem perder a estrutura e forma rítmica dos terreiros de candomblé.
Para Luciana Baraúna, cantora, pesquisadora e candomblecista, “é uma honra participar de um álbum com um repertório dedicado às orixás, representação das mães ancestrais e do feminino sagrado”. Para Asogbá, fundador e produtor artístico e musical, “Esse projeto musical é de suma importância para nossa comunidade de matriz africana, pois homenageamos nossas ancestrais, as Yabás, um legado deixado para nós e que estamos deixando para a posteridade, Adupè Iyamim Oxum”.
O Grupo Ofá lançou dois álbuns com sucesso de crítica e público, o Odum Orim (2000), referência da produção fonográfica sacra de matriz africana no Brasil, e o OBATALÁ, Uma Homenagem a Mãe Carmen (2019), indicado ao Grammy Latino 2020. Com 24 anos de carreira, o grupo ressalta a importância do registro e disseminação dos cânticos sagrados do candomblé para a preservação da memória da música sacro afro-brasileira.
Em sua trajetória, o grupo já tocou em Paris, Suíça e Londres, no Black to Black. No Brasil, tocou nos festejos do 2 de Julho, em Salvador, e, em São Paulo, no SESC de Mariana e de Registro. Após o lançamento 15 de setembro, em Salvador, o Ofá vai fazer shows pelos CCBBs de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília.
A importância desse projeto para o povo de Axé é inquestionável. Para Pedro Tourinho, Secretário de Cultura e Turismo de Salvador e seguidor do candomblé, “Salvador é a terra de todos os santos, de todos os orixás. Saudar as Ìyá Àgbàs é parte do ser soteropolitano. apoiar o registro de cantos de tanto axé é dever, honra e privilégio de nossa cidade.” ÌYÁ ÀGBÀ ṢIRÉ: O Poder do Sagrado Feminino é uma produção da GEGE Produções Artísticas, com apoio da Prefeitura de Salvador, através da Secretaria de Cultura e Turismo e da EMBASA.
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