A música talvez seja a linguagem mais universal que existe. E as várias manifestações impulsionadas por esse idioma fazem da busca por entender todos os movimentos uma tarefa e tanto. Esse é o desafio encarado pela jornalista Fabiane Pereira, apresentadora do canal Papo de Música – único espaço no YouTube brasileiro exclusivamente dedicado a entrevistas sobre a plural sonoridade do país (e primeiro programa neste formato a ser patrocinado pelo edital Natura Musical). Emicida, Pabllo Vittar, Erasmos Carlos, Djonga, Duda Beat, Ney Matogrosso, Filipe Ret, Maria Rita, entre outros, são alguns dos nomes que já passaram pela atração semanal, que chega à marca de 100 episódios com uma participação ilustre: Gilberto Gil.
Não é fácil nem mesmo para o próprio Gil definir qual seria o fio do condutor da sua ampla (ou seria imensurável?) obra e do seu fazer artístico. Após buscar no armazém das próprias energias, ele encontra uma resposta: “é o entusiasmo extraordinário que eu tenho pela música desde pequeno“. Em uma das músicas mais emblemáticas do seu repertório, “Tempo Rei”, Gilberto Gil contou sobre transformar as velhas formas de viver. Não que tenha sido fácil, mas o artista baiano mostrou-se incansável e adaptado ao momento de pandemia: fez shows com transmissões ao vivo (um deles com IZA, outro com Os Gilsons, banda formada pelo filho, José Gil, e pelos netos, Francisco e João Gil), participou de programas de TV e deu entrevistas.
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Na semana passada, ao lado da neta, Flor, de 12 anos, ainda lançou o EP “Gil e Flor – De Avô Pra Neta…”. Inclusive, no bate-papo com Fabiane Pereira, Gil falou como foi detectando os talentos individuais dos seus herdeiros. “São pessoas próximas e que estão ligadas a mim pela corrente sanguínea. Eles tiveram vivências musicais desde pequenos e é muito gratificante ver a sequência natural sendo dada“, comenta. “Minha obra já se expande por aí, mas é bonito ter os mais próximos ali também envolvidos nisso. É a continuidade natural de mim mesmo“, pensa.
Essa fala traduz muito o modus operandi que Gilberto Gil encontrou para proteger a arte (sim, em 2020, isso passou a ser ação de primeira importância). “O melhor instrumento para estabelecer essa defesa é a própria atividade artística, além de ter o cuidado com os que estão chegando, garantindo espaço e receptividade para eles. É papel dos criadores já estabilizados manter, preservar e renovar [o meio]“, completa.
Além de celebrar a centésima entrevista do canal Papo de Música, a conversa com Gilberto Gil inicia também a série de entrevistas que chamam atenção para o mês da consciência negra. Em novembro, Fabiane Pereira, que mantém uma curadoria diversa ao longo de todo ano, convida artistas negros para o seu bate-papo semanal.
Confira a entrevista completa com Gilberto Gil:
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