A comunicadora, Gabriela Oliveira, conhecida como Gabi de Pretas, publicou um vídeo na manhã desta quarta-feira, 22, em suas redes sociais, falando sobre como a imprensa tem mencionado o fato de o adolescente que matou os pais na Zona Oeste de São Paulo ter sido adotado pelo casal. “Qual o sentido dos veículos destacarem o fato do adolescente ter sido adotado. Será que a imprensa está colocando adoção como fator determinante para o crime?”, questionou a influenciadora.
Ao mencionar os comentários das notícias sobre o caso, em que pessoas diziam ter medo de adoção porque ‘não sabe o que vai vir no sangue dessa criança’, Gabi de Pretas lembrou casos que se tornaram midiáticos de filhos biológicos que assassinaram os pais, como de Suzane von Richthofen e pontuou ainda que a imprensa nunca usa o termo ‘filho biológico’ nessas ocasiões. “Isso poderia acontecer em qualquer formato de família. Isso não tem nada a ver com o fato dele ter chegado através da adoção. E, gente, ele não é filho adotivo. Ele é filho. O filho que matou a própria família, assim como os outros filhos mencionados”, disse.
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Gabi ainda apontou o perigo de discursos que colocam na genética a culpa por determinados comportamentos: “O nosso, seu, meu histórico genético familiar não é isento. Não é isento, não é purificado, sabe? Até porque esse conceito de purificação, gente, beira a eugenia. E faz com que, por exemplo, muitas famílias não aceitem quando uma criança nasce com algum tipo de deficiência ou transtorno. Uma criança gerada biologicamente dentro da família”, pontuou.
“Como uma pessoa formada em comunicação, eu considero que os meus colegas de profissão deveriam se envergonhar e serem obrigados a se retratar em situações onde eles claramente disseminam informações que trazem discriminação em relação a crianças que passaram pelo processo de adoção, como se passar pelo processo de adoção fosse um definidor para o resto da vida delas, de quem elas podem ser, de como elas vão ser, de tudo de bom e de ruim que elas fazem na vida. Eu espero que os profissionais de comunicação se conscientizem e parem de trazer de forma desmedida essa informação, que muitas vezes não tem nada a ver com a notícia”, disse Gabi.
Entenda o caso
O crime aconteceu na casa em que a família morava, na Zona Oeste de São Paulo. O adolescente de 16 anos afirmou em depoimento à polícia ter ficado com raiva dos pais depois de ter seu celular confiscado por eles. Na sexta-feira, 17, ele esperou o pai chegar em casa com a irmã, depois de buscá-la na escola, e atirou nos dois. Em seguida, almoçou e foi para a academia, na volta, esperou pela mãe e a matou quando ela viu os corpos do marido e da outra filha. O adolescente usou a arma do pai, um guarda municipal, para cometer os crimes. Ele ainda passou o final de semana inteiro com os corpos em casa e, no domingo, acionou a polícia e se entregou.
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