FOTO 3X4: ANDERSON OLIVEIRA, RP

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FOTO 3X4: ANDERSON OLIVEIRA, RP
Foto: Thais Monteiro

Nesta coluna, pessoas que inspiram pela coragem de existir e transformam passos comuns em revoluções

Texto: Rodrigo França

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Nascido em Recife, Pernambuco, Anderson Oliveira carrega no nome e na trajetória a força de sua história. Filho de Ana Elizabeth de Oliveira e Edinaldo Batista Marculino, cresceu entre os abraços da família e o olhar atento de sua avó, Maria de Lourdes, que moldou suas primeiras referências de afeto e pertencimento. Foi na infância, grudado nela, que aprendeu sobre ancestralidade sem precisar ouvir essa palavra, entendendo que o amor se traduz em gestos diários: o café passado de manhã, o conselho sussurrado na hora certa, o cheiro de casa que nunca se esquece.

O sentimento de pertencimento é o que ele busca construir ao longo de sua trajetória, tanto na vida pessoal quanto na profissional. Formado em publicidade e propaganda, encontrou na comunicação e nas relações públicas um espaço para ser ponte, para conectar talentos e potencializar histórias. Seu trabalho passa por grandes projetos como Tim Music Rio, Afropunk, Prêmio Potências, Negritudes Globo, Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul, Carandaí 25, Open Air Brasil e Camarote Folia Tropical. Cada um deles reflete sua missão de trazer visibilidade para pessoas negras, garantindo que diversidade não seja apenas um discurso, mas uma prática real e contínua.

Com oito anos de carreira, Anderson compreende que um dos maiores desafios de um RP preto é romper com a lógica do “preto único” nos espaços de poder. Mais do que abrir portas para si, ele luta para que elas permaneçam abertas para muitos. Sucesso de verdade, ele defende, não se constrói na solidão. Seu trabalho é sobre coletividade, sobre fazer com que presenças negras sejam constantes, legítimas e respeitadas. Ele não quer ser exceção, mas parte de uma regra que ainda precisa ser escrita.

Para Anderson, inspiração não se mede apenas por conquistas, mas pelo caminho percorrido. Ele sabe que sua jornada foi construída com trabalho, dedicação e sem precisar derrubar ninguém. Acredita que crescer é sinônimo de abrir caminhos para outros crescerem também. Porque quando um sobe, todos sobem juntos (ou deveriam). Esse é o legado que ele constrói: um presente onde mais pessoas pretas possam existir sem precisar justificar sua presença, e um futuro onde os sonhos sejam tão altos quanto o voo que ele sempre soube que era possível.

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