
Recentemente, os conselheiros do Flamengo fecharam o maior contrato de patrocínio no futebol brasileiro com a casa de apostas Betano, no valor total de R$ 895 milhões, até o fim de 2028, e aprovaram no mesmo dia, a inclusão de medidas antirracistas no estatuto. O documento afirma que o combate ao racismo deve guiar todas as ações do clube, nas áreas esportivas, sociais, culturais e de formação profissional.
Questionado pelo Mundo Negro, o Flamengo não informou quanto será destinado especificamente para as ações de combate ao racismo. O clube disse que essas iniciativas fazem parte do orçamento anual de Responsabilidade Social, aprovado pelos conselhos, e que também abrange áreas como educação, sustentabilidade, inclusão social e saúde. Além dos patrocínios, os recursos também vêm da Lei de Incentivo ao Esporte e verba própria.
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“O Flamengo vem atuando na causa antirracista há muito tempo. Diversas ações têm sido conduzidas pela área de Responsabilidade Social do clube, criada em 2019. Na sessão de votação do último Conselho Deliberativo, foi apresentada, e aprovada por aclamação, uma emenda ao estatuto social do CRF que, além de combater o racismo e a discriminação racial em todas as suas formas, ainda promove a implementação de políticas de conscientização, prevenção, inclusão e repressão a quaisquer atos ou manifestações racistas, buscando auxiliar na construção de uma sociedade inclusiva, justa, respeitosa e livre de qualquer forma de discriminação”, disse à reportagem.
Para realizar essas ações, o clube tem feito parcerias com entidades como a CUFA (Central Única das Favelas), ID_BR (Instituto Identidades do Brasil) e MUHCAB (Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira). Até o fechamento da reportagem também não foi mencionado se as entidades têm sido pagas pelo trabalho, mas detalhou o que tem feito nos últimos meses.
“Com a CUFA, já atuamos em inúmeros projetos e ações sociais em praticamente todas as nossas linhas de atuação. O ID_BR e o MUHCAB são parceiros mais recentes e se juntaram a nós para apoio na capacitação sobre Identidade Racial para colaboradores e atletas, que é parte de nossa agenda de combate ao racismo”, compartilhou.
“Finalizamos enfatizando que o combate ao racismo é uma prioridade no Flamengo. Tornar-se uma referência nesta luta é um dos principais objetivos do clube e da área de Responsabilidade Social do CRF”, afirmou.
Após anunciar as medidas antirracistas, a Educafro entrou com uma ação civil pública contra o Flamengo na Justiça do Rio, acusando o clube de racismo institucional e omissão no combate à discriminação racial. O processo pede uma indenização de R$ 100 milhões. Entre uma das motivações para a ação, foi uma declaração do diretor da base rubro-negra, o português Alfredo Almeida, que em julho afirmou que “a África tem valências físicas” enquanto “a parte mental está em outras zonas da Europa”.
Leia na íntegra a entrevista do Flamengo ao Mundo Negro:
MN: O Flamengo já tem feito ações antirracistas. Gostaríamos de saber quanto do aporte financeiro que vocês receberam, será investido em questão de combate ao racismo?
Flamengo: O Flamengo vem atuando na causa antirracista há muito tempo. Conforme descrito na matéria citada, diversas ações têm sido conduzidas pela área de Responsabilidade Social do clube, criada em 2019. Na sessão de votação do último Conselho Deliberativo, foi apresentada, e aprovada por aclamação, uma emenda ao estatuto social do CRF que, além de combater o racismo e a discriminação racial em todas as suas formas, ainda promove a implementação de políticas de conscientização, prevenção, inclusão e repressão a quaisquer atos ou manifestações racistas, buscando auxiliar na construção de uma sociedade inclusiva, justa, respeitosa e livre de qualquer forma de discriminação.
Sobre o aporte financeiro, informamos que as ações de combate ao racismo estão alocadas no orçamento da Responsabilidade Social, devidamente definido e aprovado pelos conselhos do clube anualmente. A implementação das ações de combate ao racismo assim como as iniciativas das demais linhas de trabalho – educação, sustentabilidade, inclusão social e saúde e qualidade de vida – são custeadas, ao longo do ano, a partir desse orçamento. Informamos ainda que este orçamento é constituído por recursos oriundos de diferentes fontes, incluindo: lei de incentivo ao esporte, patrocínios e verba própria.
MN: Como funcionam essas parcerias com as entidades?
Flamengo: A Política de Responsabilidade Social do Flamengo possui 4 frentes de trabalho, são elas: Educação, Inclusão social, Saúde e Qualidade de Vida e Sustentabilidade. Em 2025, acrescentamos o Enfrentamento ao Racismo como pilar orientador dessa estrutura, entendido que o racismo transversaliza todas essas linhas de trabalho. Dentro desta visão, buscamos trabalhar em parceria com consultores de diversidade e organizações sociais, privadas e governamentais, projetos sociais, escolas e quaisquer entidades que possam contribuir neste papel de agente transformador da sociedade.
Na reportagem, foram citadas as parcerias com a CUFA, ID_BR e MUHCAB. Com a CUFA, já atuamos em inúmeros projetos e ações sociais em praticamente todas as nossas linhas de atuação. O ID_BR e o MUHCAB são parceiros mais recentes e se juntaram a nós para apoio na capacitação sobre Identidade Racial para colaboradores e atletas, que é parte de nossa agenda de combate ao racismo.
Finalizamos enfatizando que o combate ao racismo é uma prioridade no Flamengo. Tornar-se uma referência nesta luta é um dos principais objetivos do clube e da área de Responsabilidade Social do CRF.
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