Após mais de 20 anos do falecimento de Claudinho, o Brasil ganha a oportunidade de assistir uma das cinebiografias brasileiras mais bonitas e sensíveis sobre a dupla de funk que estourou no final dos anos 90.
O longa ‘Nosso Sonho’, mostra o íntimo de Claudinho e Buchecha, até então desconhecido pelos fãs, que dá margem para inúmeras reflexões sobre o que é ser um jovem negro, periférico, cantor de funk, dentre tantas outras camadas que envolve pertencer a uma família e uma comunidade negra brasileira.
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Além da nostalgia de reviver os grandes sucessos como ‘Nosso Sonho’, ‘Rap do Salgueiro’, ‘Fico Assim sem Você’, há algo que eu gostaria de destacar, que é sobre como essa amizade era tão bonita, sem medo de ser feliz. Dois jovens negros, que desde a infância tinham muito cuidado e zelo um pelo outro. Trocavam conselhos, se abraçavam, davam boas risadas e arriscaram tudo para seguirem o sonho de serem artistas, representando o Salgueiro, em São Gonçalo (RJ).
Claudinho faleceu em 2002, em um acidente de carro. Então, não vou esconder o quão fiquei preocupada em como seria abordado o falecimento do cantor, afinal, não somos feitos só de dores. Mas esse é um filme sobre dois jovens que se superaram apesar dos desafios. Eu não finalizei o filme pensando pensando nos momentos tristes (apesar de ter chorado muito), eu terminei o filme com os aprendizados que o artista deixou sobre a importância de ter fé e alegria para viver.
Em entrevista ao Mundo Negro, o Buchecha revelou como esse jeito sempre otimista do Claudinho o influenciou na vida. “Isso foi mudando alguma coisa dentro de mim, mesmo sem eu perceber. É um antídoto, uma autodefesa que não sei explicar, mas chegou até mim e eu absorvei muito. Mudou a minha forma de crer, de ver a vida e resiliência”.
Lucas Koka Penteado e Juan Paiva foram feitos para esse filme. Outros dois jovens negros, periféricos e artistas, e que também são amigos. Com certeza, todas essas características, fortaleceram para uma química natural entre eles. “Essa amizade que a gente tem é real. Quando ele passava na TV ele já era meu amigo, ele só não sabia. E em 2017 ele descobre e aceita, que é o mais importante”, brinca Lucas.
Mas para mergulhar nesses personagens de um filme biográfico, eles precisaram estudar muito, inclusive interpretar com a famosa língua presa do Claudinho. “Buchecha nos convidou para ir até a casa dele, tomar um café da manhã, e a partir daí, a pesquisa começou. Ele nos convidou para entrar no universo pessoal dele, junto com a família, confiou na gente. Contou vivências dos anos 80, 90, que foi enriquecedor pra gente”, contou Juan.
Assim como disse o diretor Eduardo Albergaria: “essa história já deveria ter sido contada”. E completa: “Estamos falando de 20 anos, desde a passagem do Claudinho. É uma história de representatividade, que atravessa o Brasil como um todo. Eu falei para a Tatiana Tiburcio (atriz que interpreta a Mãe do Buchecha): ‘eu não posso errar, eu preciso de ajuda’. Eu espero ter feito justiça por uma história tão importante”.
‘Nosso Sonho’ estreia no dia 21 de setembro, quinta-feira, e temos oportunidade de lotar as salas de cinema com um filme que fala de pessoas com realidades tão parecidas com as nossas e se inspirar. Como a dupla já cantava: “Nossa história vai virar cinema e a gente vai passar em Hollywood”, e deveria mesmo.
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