Premiado no Brasil e internacionalmente, o filme “Marte Um” do diretor Gabriel Martins será a atração de destaque na abertura do Griot – IV Festival de Cinema Negro Contemporâneo. O evento acontecerá de 12 a 18 de outubro de 2023, na região central de Curitiba, no Paraná, e promete ser uma celebração da riqueza do cinema negro contemporâneo no festival que terá como tema “Tempo de Ajeum”.
Além da exibição do filme, que abrirá o evento, o festival terá sete dias de sessões e atividades que envolvem laboratório de desenvolvimento de roteiro, oficinas e mesas temáticas. Além disso, a Cartografia Filmes, realizadora do evento, se comprometeu em estruturar uma programação diversa com foco na produção de cinema com realização e protagonismo de pessoas negras.
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As oficinas deste ano contam com a potência, estudo e desenvolvimento da documentarista e pesquisadora Lilian Solá Santiago, da atriz, diretora, professora, dubladora e apresentadora, Rejane Faria e da diretora artística do festival Griot, Bea Gerolin. Os estudos serão sobre um mergulho na produção de roteiro para documentário, atuação e criação de presença cênica e construção de conceitos de direção de arte e composição de cenários. Os interessados em participar das formações presenciais devem se inscrever até o dia 30 de setembro através do formulário online (CLIQUE AQUI)
Premiação especial de até R$ 10 mil para o filme vencedor
A Mostra Competitiva de Curtas Brasileiros possui uma premiação especial de R$10 mil reais em serviços de pós-produção para o filme vencedor na categoria Melhor Filme. Segundo a coordenadora de Curadoria e Programação do festival, Kariny Martins, “os 14 filmes que compõem a Mostra Competitiva do IV Griot, se encontram e se colidem, formando um conjunto de filmes singulares que nos levam a pensar quais cinemas negros são possíveis. Quais narrativas podem se sobrepor a um mundo fundado em símbolos que, para nos permitir avançar, precisam ser revistas e reimaginadas?”.
O tema deste ano, “Tempo de Ajeum”, concentra-se no processo de construção que é o cinema negro contemporâneo. Representando o fazer constante e cotidiano que se escreve em cada obra e em cada pessoa que contribui para a criação cinematográfica, “Ajeum” é uma palavra que vai além de simplesmente se alimentar. Ela representa a integração entre aqueles que compartilham o alimento, a energia e o sujeito. Segundo a espiritualidade iorubana, acredita-se que absorvemos um pouco do axé (energia vital) de tudo o que comemos, seja de forma concreta ou simbólica.
“Tempo de Ajeum é um chamado, um pedido de atenção para o que colocamos dentro da gente, um olhar para a espiritualidade como maneira de reconexão e inspiração. É também uma reverência ao alimento, à terra, à natureza, e a tudo de nutritivo e potente que saem deles”, explica a diretora artística do festival, Bea Gerolin.
O IV Festival de Cinema Negro Contemporâneo Griot não apenas celebra o cinema negro, mas também se esforça para tornar a experiência acessível a todos. Para a comunidade local, o festival oferecerá transporte especial, passando por bairros periféricos, para facilitar o acesso aos cinemas onde as exibições ocorrerão. Além disso, algumas sessões e bate-papos serão traduzidos em Libras (Língua Brasileira de Sinais), garantindo a inclusão da comunidade surda.
Para aqueles que não serão exibidos em Curitiba durante o festival, algumas sessões de filmes estarão disponíveis online, permitindo que a participação do cinema negro contemporâneo seja apreciada em todo o Brasil.
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