O primeiro Festival Negritudes de Salvador reuniu artistas, jornalistas e personalidades para debater temas como o respeito a todas as religiões, a representatividade de pessoas negras nas telas e nos bastidores e a educação antirracista, nesta quinta-feira, 18 de julho, na Casa Baluarte. Mais de mil pessoas prestigiaram pessoalmente o evento na capital baiana que contou com a presença de Kleber Lucas, Zileide Silva, Gil do Vigor, Larissa Luz, Jéssica Ellen, Tia Má, Bárbara Carine, Rita Batista, entre outros.

Logo após a apresentação de abertura do Olodum com a Orquestra Afrosinfônica da Bahia, o líder do projeto Ronald Pessanha contou como nasceu a ideia do Festival Negritudes Globo.

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“Nosso objetivo é colocar a pauta da presença negra no audiovisual no centro do debate. A primeira edição aconteceu em 2020, apenas para criativos da Globo. O projeto cresceu, assim como a pauta também ganhou relevância na sociedade. E o Negritudes se tornou um projeto multiplataforma, com ações no digital, imersões para produtores de conteúdo e com a realização de festivais gratuitos e abertos ao público. Esse ano, ampliamos nossa presença para três edições abertas ao público: Rio de Janeiro, Salvador e encerraremos em São Paulo, em setembro”, afirma Pessanha.

Foto: Zileide Silva, Tia Má, Alrick Brown e Maria Gal (Foto: Globo/Magali Moraes)

O primeiro painel debateu sobre fé. “Um encontro como esse fortalece ainda mais a nossa decisão de resistir. Antes de tudo, respeite meu amém, que eu respeito o seu axé”, reforçou o pastor evangélico Kléber Lucas. Ekedy Sinha, representante do Candomblé, enfatizou a irmandade entre todos os seres humanos, frisando que terreiros são locais que promovem fé, saúde, educação e cuidado.

Convidado internacional do evento, o diretor e professor de cinema e TV na NYU, Alrick Brown, trouxe falas potentes ao lembrar da luta de pessoas negras e da morte de George Floyd, nos Estados Unidos. O cineasta, que tem um Emmy em seu currículo, afirmou que, apesar de a indústria ainda ser racista, no final o que se quer é apenas contar histórias e fazer com que todos possam sonhar, principalmente as crianças negras.

Ocupar espaços na educação com a introdução de conteúdo antirracista é essencial para construir narrativas diferenciadas e democráticas. “A educação transforma vidas e não podemos aceitar que ela seja contada do ponto de vista do colonizador. É preciso que todo menino preto tenha orgulho de sua história”, comenta a professora baiana Vitalina Silva, uma das vencedoras do Prêmio LED.

Elisa Lucinda (Foto: Globo/Ícaro Cerqueira)

As narrativas orais passadas de geração em geração foram exaltadas no painel com a presença do ator Amaury Lourenço, da poetisa e atriz Elisa Lucinda e do líder sociocultural de Cachoeira, Valmir Boa Morte. A lembrança dos avós e dos ancestrais foram reforçadas como de extrema potência para suas lutas antirracistas tanto na vida quanto na arte. O painel final ‘Régua e Compasso’ teve a participação do cantor Tatau, do maestro Ubiratan Marques e da cantora Sued Nunes.

O Festival Negritudes foi encerrado com um show da cantora Larissa Luz, com a participação especial de Tatau.

O conteúdo ficará disponível no Globoplay para quem quiser ver e rever.

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