O jornalista Marcelo Pereira está prestes a dar um passo marcante em sua trajetória profissional: ele irá comandar o ‘Bom Dia Sábado’, o novo telejornal da TV Globo, que estreia em 1º de fevereiro. Esta é a primeira vez que ele assume o papel de titular em um jornal de rede nacional, direto de São Paulo, ao lado de Sabina Simonato, com a participação ao vivo de repórteres espalhados por vários pontos do país, trazendo as notícias mais atualizadas e de interesse do público.
“Chegar ao posto de âncora num telejornal da TV Globo para um homem negro de origem simples e sonhador é a realização de um sonho. Sempre fui apaixonado por comunicação e o telejornalismo foi onde me encontrei. Vi no jornalismo na TV a oportunidade de ser voz para quem quer e precisa ser ouvido pelas autoridades e que grita dentro de uma sociedade que, infelizmente, ainda exclui os mais pobres, que são responsáveis por movimentar a economia do nosso país”, disse Marcelo em entrevista ao Mundo Negro.
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Responsável pela previsão do tempo no ‘Hora 1’ e no ‘Em Ponto’, da GloboNews, Marcelo Pereira passou por outras afiliadas antes de chegar na Globo SP e encara o novo desafio com muito otimismo. “Eu aprendi muito sobre os perfis de público, o que as pessoas gostam e o que elas querem ver num telejornal. E o que sempre ouvi dessas pessoas nas ruas é que queriam um jornal leve, que fale como elas no dia a dia, elas querem ser representadas de alguma forma”, afirma.
O ‘Bom Dia Sábado’ vai ao ar em rede para quase todas as praças do país, as demais seguirão com suas versões locais do jornal e outras ainda com formato híbrido (parte em rede e parte local).
Leia a entrevista completa abaixo:
Marcelo, você está prestes a se tornar âncora de um telejornal da TV Globo, um marco bem significativo. O que essa conquista representa para você enquanto homem negro no jornalismo brasileiro?
Marcelo: Chegar ao posto de âncora num telejornal da TV Globo para um homem negro de origem simples e sonhador é a realização de um sonho. Sempre fui apaixonado por comunicação e o telejornalismo foi onde me encontrei. Vi no jornalismo na TV a oportunidade de ser voz para quem quer e precisa ser ouvido pelas autoridades e que grita dentro de uma sociedade que, infelizmente, ainda exclui os mais pobres, que são responsáveis por movimentar a economia do nosso país.
Como está sendo a sua preparação com a Sabina Simonato para criar uma sintonia que conecte com o público?
Marcelo: Eu e a Sabina nos tornamos amigos com o passar do tempo trabalhando juntos nos telejornais da casa, eu na previsão do tempo e ela no radar do Bom Dia São Paulo. Algumas vezes ela ancorando nos plantões de fim de semana e eu com o boletim meteorológico ao lado dela. A afinidade e o jeito de informar e comunicar de forma simples nos uniu ainda mais como profissionais e amigos. Respeitamos o espaço um do outro sem jamais perder o respeito e o carinho. Acredito que isso chega de alguma forma ao telespectador.
Você trabalhou em diversas afiliadas antes de chegar à Globo SP. Como essas experiências moldaram o profissional que você é hoje? Quais as expectativas para essa nova etapa da sua carreira?
Marcelo: Depois de passar por três afiliadas da TV Globo (Rede Amazônica, TV Anhanguera e TV Fronteira), eu aprendi muito sobre os perfis de público, o que as pessoas gostam e o que elas querem ver num telejornal. E o que sempre ouvi dessas pessoas nas ruas é que queriam um jornal leve, que fale como elas no dia a dia, elas querem ser representadas de alguma forma. Um negro ali significa muita coisa para a vida e a história de um povo sofrido, lembrado pelo trabalho escravo e que convive em meio ao racismo que está impregnado de forma estrutural na nossa sociedade. Em alguns lugares, eu fui o primeiro apresentador negro daquele local. E isso é muito gratificante quando você une carinho, competência e representatividade. Me tornar um âncora de rede na TV Globo é um sonho e ao mesmo tempo uma felicidade gigantesca em poder representar meu povo, minha gente, minha raça, podendo ser quem eu sou e voz para todos sem exclusões.
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