No dia que celebra a independência da República Democrática do Congo, 30 de junho, foi o inaugurado o Quiosque Moïse, em homenagem a Moïse Kabagambe, jovem congolês brutalmente assassinado em janeiro deste ano. A cerimônia, que teve muita música e dança, reuniu a família do jovem, políticos e representantes de organizações da sociedade civil. Quem esteve no local pode provar parte do cardápio que será servido e leva assinatura do chef João Diamante.
O espancamento de Moïse foi registrado pelas câmeras de segurança do quiosque. “Essa situação é muito dura, não pode acontecer com outra mãe”, diz a mãe de Moïse Kabagambe, Ivana Lay. “Esse lugar aqui vai ficar em memória a Moise. Se a gente tiver saudade dele, a gente vai ficar aqui para extravasar”.
O município do Rio havia oferecido à família de Moïse, inicialmente, a concessão do quiosque Tropicália, onde o jovem foi morto, mas os familiares do rapaz de 24 anos não aceitaram, alegando razões de segurança. Em março, a família aceitou, no entanto, administrar o quiosque no Parque Madureira. A família conta que escolheu o local pois era onde Moise gostava de passar o tempo livre.
O projeto do quiosque foi realizado pela Prefeitura do Rio e pela concessionária Orla Rio como uma oportunidade de negócio para a família empreender e disseminar a cultura do Congo aos cariocas e turistas.
A família escreveu uma carta, que foi lida na cerimônia, na qual lembrou de Moise como um “menino que arrancava sorrisos ao seu redor” e que era amado por todos, cujo sonho era “ser chef de cozinha e ter um restaurante no Rio de Janeiro, cidade que tanto amava”.
“Hoje faz exatamente 5 meses e 6 dias que nossos corações sangraram”, diz o texto. “Hoje acreditamos que a história de Moise teria caído no esquecimento se não fosse nossa luta junto a todo mundo que nos apoiou. Agradecemos a todas as pessoas que se uniram para nos auxiliam em busca de justiça para nosso filho para que se avance o julgamento de seus algozes. Gritemos juntos não ao racismo e não à xenofobia”.
Localizado próximo ao portão 1 do parque, o espaço possui 154 metros quadrados (m²) de área total e capacidade para 60 lugares. De acordo com a Orla Rio, a arquitetura e cores totalmente inspiradas na cultura africana, o espaço ainda conta com um grafite exclusivo do artista Airá Ocrespo, que é conhecido por trazer em todas as suas obras o empoderamento negro. O local também conta com uma arte em azulejos com o rosto do congolês e funcionará como pólo cultural congolês, por meio da parceria com o Instituto Akhanda.
*Com informações da Agência Brasil
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