O assassinato brutal de Mãe Bernadete Pacífico era coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) , em 17 de  agosto, foi um crime que chocou o país pela violência, frieza dos crimosos e motivações. 

A própria líder chegou a pedir proteção ao Estado, sabendo que ela era alvo de grupos que não aprovavam sua liderança em prol dos direitos dos povos quilombolas e que já haviam assassinado seu filho  Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, em 2017. 

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Na quinta-feira, 16,  Ministério Público da Bahia denunciou cinco homens pelo assassinato da ialorixá que tinha 72 anos.  As acusações do grupo são de homicídio qualificado por motivo torpe, de forma cruel, com uso de arma de fogo e sem chance de defesa da vítima. A motivação seriam a ações de Mãe Bernadete para  ‘conter a expansão do tráfico na região”

Um outro processo judicial relacionado ao assassinato de Mãe Bernadete, envolve a família da vítima e a Educafro. De acordo com a coluna da jornalista Mônica Bergamo (Folha de S. Paulo),  a família da líder ingressará na Justiça na próxima semana contra a ONG.

A Educafro teria pedido ao Estado da Bahia uma indenização de R$ 143 milhões por danos morais coletivos causados pelo assassinado da líder, mas sem ter consultado seus herdeiros. 

O escritório de Silva Jr. foi contratado pelo único filho vivo de Mãe Bernadete, o físico nuclear. Jurandir Patrocínio, o atual responsável pela comunidade quilombola em Simões Filho, na Bahia.

Para a coluna, o advogado Hédio Silva Jr., que defende os interesses da família da líder quilombola,  aponta também uma questão religiosa envolvendo a ONG .  Para ele, “a comunidade tem toda razão ao sentir-se ofendida pelo uso do nome de Mãe Bernadete por uma instituição católica”. A Educafro está ligada a uma instituição eclesiástica controlada pela ordem franciscana. 

Para os familiares da líder assassinada,  a ONG buscou tirar proveito da morte da líder quilombola e da comoção gerada pelo caso. Eles também defendem que a Educafro está ligada a uma instituição eclesiástica controlada pela ordem franciscana, que seria contra religiões afro-brasileiras. “A comunidade tem toda razão ao sentir-se ofendida pelo uso do nome de Mãe Bernadete por uma instituição católica”, disse Hédio à Folha.

“A ação proposta pela Educafro não busca substituir ou suplantar os direitos dos familiares das vítimas, mas, sim, ampliar a luta para que toda a coletividade negra e quilombola seja reconhecida e ressarcida pelos danos sofridos em decorrência de atos de racismo estrutural”, afirmou o diretor-executivo da Educafro, frei David Santos em uma nota oficial onde também disse que a Educafro está aberta ” diálogo com a família de Mãe Bernadete e com todas as partes interessadas para esclarecer quaisquer mal-entendidos”.

“Que São Francisco de Assis, que se dedicou aos pobres e aos marginalizados, nos inspire a seguir adiante com compaixão e determinação.”

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