A aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso reacendeu o debate sobre a falta de diversidade no Supremo Tribunal Federal (STF). Barroso, que está na Corte há 12 anos e foi indicado pela ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), anunciou nesta quinta-feira (9) que deixará o cargo após concluir seu mandato na presidência do tribunal, encerrado em setembro.
Com a saída, caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicar o novo nome para ocupar a vaga — será a terceira escolha do atual mandato, após as nomeações de Cristiano Zanin e Flávio Dino. Entre os nomes mais cotados nos bastidores estão Bruno Dantas, Jorge Messias, Rodrigo Pacheco e Vinicius de Carvalho, todos homens brancos, considerados figuras de confiança de Lula.
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Durante o programa #EmPauta, da GloboNews, a jornalista Flávia Oliveira destacou o que considera um problema estrutural na composição do Supremo: a falta de diversidade. Atualmente, dos 11 ministros, apenas Cármen Lúcia representa o gênero feminino, e nenhuma pessoa negra.
Embora Barroso tenha declarado o desejo de que uma mulher o suceda, Flávia ponderou que o padrão das indicações permanece o mesmo. “A questão é, efetivamente, o presidente se convencer de que falta diversidade de gênero e raça no Supremo e tomar essa decisão, mas a esperança é mínima”, afirmou.
Poucas horas após o anúncio da aposentadoria, personalidades negras usaram as redes sociais para cobrar mais representatividade negra nas indicações ao STF. Uma carta aberta divulgada pelas organizações Fórum de Justiça, Plataforma Justa e Themis – Gênero e Justiça também reforçou o apelo e apresentou alguns nomes de mulheres qualificadas para a vaga de Barroso, entre elas Edilene Lôbo (TSE), Sheila de Carvalho (Secretaria Nacional de Acesso à Justiça) e Vera Lúcia Araújo (ministra substituta do TSE).