Exposição no Memorial da Resistência, em São Paulo, destaca protagonismo de mulheres negras

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Exposição no Memorial da Resistência, em São Paulo, destaca protagonismo de mulheres negras
Foto: Monica Cardim

25 de julho é o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela. Uma data importante para se comemorar e refletir a luta e trajetória de várias mulheres negras que fizeram a diferença. Em homenagem ao Julho das Pretas e ao Dia da Mulher Negra, a exposição “Memórias do Futuro: Cidadania Negra, Antirracismo e Resistência”, em cartaz no Memorial da Resistência de São Paulo, destaca personalidades negras brasileiras.

Foto: Acervo Unicamp

A mostra, em cartaz até o dia 27 de agosto, é dividida em oito eixos e conta com espaços dedicados a homenagear mulheres que fizeram a diferença no movimento negro brasileiro. Logo na entrada, o visitante se depara com o painel “Fio da Memória”, criado pela multiartista e grafiteira paulistana Soberana Ziza, e foi inspirado na frase “afinal, o século XXI é negro, feminino e nosso. Basta apenas tomá-lo em nossas mãos”, publicada no Gelefax, jornal do Geledés (Instituto da Mulher Negra), em 1997.

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Uma das primeiras seções voltada para o Julho das Pretas é a “Enfrentando a tripla opressão – O século XXI é negro, feminino e nosso”, onde é possível conhecer e relembrar personalidades femininas anônimas e conhecidas que tiverarm grande importância no movimento negro, principalmente no feminismo negro, com agendas políticas sobre gênero, raça e classe.

Já no eixo “Repressão, vigilância e resistência, 1930-1980” uma das personalidades lembrada é a militante Helenira Resende. Ela foi líder estudantil, tendo ocupado o cargo de vice-presidente da UNE, e militante contra a opressão da ditadura militar no Brasil. Helenira foi considerada desaparecida até 1979, quando foi assassinada.

Em “Literatura negra: o direito à imaginação”, um dos grandes destaques é Maria Carolina de Jesus, autora do livro Quarto de Despejo: Diário de uma favelada (1960), um dos clássicos da literatura negra brasileira que conta através do seu diário a rotina dos moradores da favela xx, uma das primeiras em São Paulo.

Na seção “Espaços de sociabilidade e resistência: as ruas, os salões, e os palcos como lugares de direitos” a trajetória de Madrinha Eunice, um dos principais nomes da história do samba em São Paulo, é destaque. Ela fundou em 1937 a Sociedade Recreativa Beneficente Esportiva Escola de Samba Lavapés, a primeira escola de samba da cidade de São Paulo. Recentemente ela ganhou uma escultura de bronze na Praça da Liberdade.

A exposição “Memórias do Futuro: Cidadania Negra, Antirracismo e Resistência” conta com acervos e documentos importantes para a história da resistência negra. A mostra completa traz experiências coletivas e individuais de diversas mulheres e homens negros que tiveram um papel importante para a comunidade negra.

“Em todos esses períodos, os associativismos e movimentos negros sempre estiveram lá e é importante reconhecê-los, homenageá-los e aprender com essas vidas negras impressionantes. São pessoas que lutaram para existir em um tempo melhor. Ao fazer isso, pensaram em si e em seus descendentes. A luta por direitos é incessante, justa, pública e encontrará a sua vitória, através de nossas ações e nossos compromissos antirracistas públicos com relação ao passado, presente e ao futuro”, disse o idealizador Mário Medeiros.

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