
O Tribunal de Justiça do Ceará condenou Bruno Filipe Simões Antônio, ex-gerente de uma loja da Zara em Fortaleza, por crime de racismo. Ele impediu a entrada de uma cliente negra no estabelecimento em setembro de 2021, fato que gerou repercussão nacional. A vítima, Ana Paula Barroso, é delegada e diretora-adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis da Polícia Civil do Ceará.
Na decisão, o juiz Francisco das Chagas Gomes sentenciou o ex-gerente a um ano, um mês e 15 dias de reclusão, que serão convertidos em prestação de serviços comunitários. Simões também deverá cumprir restrições de circulação aos finais de semana, permanecendo em casa por cinco horas aos sábados e domingos. Ele poderá recorrer em liberdade.
Notícias Relacionadas



O caso ocorreu em meio à pandemia de Covid-19, e a justificativa inicial do gerente foi que a delegada estava sem máscara e se alimentando ao entrar na loja. No entanto, a sentença destaca que a atitude foi desproporcional e caracterizada por preconceito, evidenciado por depoimentos e imagens de segurança que mostraram clientes brancos circulando no local sem máscara, sem qualquer impedimento.
O processo também revelou que a loja Zara utilizava um código sonoro interno, “Zara zerou”, para alertar funcionários sobre clientes considerados “suspeitos em potencial”, geralmente pessoas negras ou com vestimentas simples. A prática foi denunciada por uma ex-funcionária da empresa e reforçou as alegações de discriminação racial.
Na época, a Polícia Civil precisou realizar busca e apreensão das imagens de segurança, já que a loja se recusou a fornecê-las voluntariamente. O material obtido comprovou o tratamento desigual dado à delegada. A defesa de Bruno Filipe Simões Antônio negou as acusações e classificou a sentença como “insustentável”, mas não fez mais comentários sobre o caso.
Notícias Recentes


