“Eu vivi metade da minha vida me pesando”: Cris Vianna relata pressão estética no início da carreira

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“Eu vivi metade da minha vida me pesando”: Cris Vianna relata pressão estética no início da carreira
Foto: Reprodução

A atriz e ex-modelo Cris Vianna falou sobre a pressão por magreza que enfrentou nos bastidores da moda no início de sua carreira. Em entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil, ela relatou experiências que evidenciam como o padrão estético imposto às modelos, especialmente às mulheres negras, pode comprometer a saúde física e emocional.

Segundo Cris, durante anos foi comum se pesar todos os dias e medir o corpo com frequência. Ela contou que seguia dietas extremamente restritivas e praticava atividades físicas em excesso para atender às exigências do mercado. “Alface e tomate era o meu cardápio forte. Eu fazia esteira enlouquecidamente. E vivia de dietas malucas que hoje, claro, eu não indico pra ninguém”, disse.

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Em um dos episódios citados, ela contou que, mesmo já aprovada para um desfile, ouviu de um profissional da área que precisaria emagrecer cinco quilos em duas semanas. O motivo, segundo ele, era a diferença entre o corpo dela e o das outras modelos, que em sua maioria eram brancas. A justificativa foi que, ao lado delas, ela pareceria maior na passarela. “Você tá magra, mas perto das outras meninas, que são muito brancas, na passarela você vai aparentar com um corpo duas vezes maior”, relatou. Para ela, a exigência representava um limite difícil de contornar. Ainda assim, decidiu aceitar: “Eu consigo”, respondeu na época.

Cris também mencionou que começou a atuar como modelo por volta dos 14 ou 15 anos, considerada uma idade tardia pelo setor, onde meninas iniciavam ainda mais jovens. Ela destacou que muitas vezes, mesmo cumprindo os requisitos físicos, era vista como inadequada por não se enquadrar no padrão de beleza hegemônico.

Hoje, aos 48 anos, a atriz diz que não sabe quanto pesa. Ela afirma que escolheu não se prender mais a números ou medidas e que esse distanciamento foi uma forma de reconstruir sua relação com o corpo e com o próprio bem-estar.

O relato de Cris Vianna contribui para ampliar o debate sobre padrões estéticos, racismo na indústria da moda e as pressões enfrentadas por mulheres negras em ambientes onde a aparência ainda define oportunidades.

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