Mundo Negro

“Eu quero caminhar com o meu trabalho”, diz Letícia Fialho, que arrebatou mais de 2 milhões de plays com ‘Corpo e Canção’

Foto: Bruno Soares.

“Chega feito lua cheia, incendeia de feitiço…” se você já ouviu Corpo e Canção, da cantora e compositora Letícia Fialho, com certeza leu essas primeiras linhas cantando. Se não conhece, se prepare porque vai ser amor à primeira vista. Dedicada ao universo das palavras, da música e da composição, a cantora carioca radicada em Brasília tem arrebatado uma legião de ouvintes nas principais plataformas de áudio Brasil afora.

O sucesso das canções de Letícia, que têm chegado a cada vez mais pessoas, ganha um contorno especial quando se observa que as músicas que ela grava são, na absoluta maioria, compostas por ela. A posição de poder contar as próprias histórias e reivindicar esse espaço de autoria tem uma importância enorme na vida da compositora, que não abre mão de ser reconhecida como tal. “Quando falamos em palavra e em tocar um instrumento, estamos falando de narrativa, e da propriedade sobre esta narrativa, ter voz, ter autoria. A gente está sempre sendo objeto e tendo nossa história sendo contada em terceira pessoa, as mulheres negras principalmente”, avalia.

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Para ela, todas as guerras, conflitos e disputas existentes na história do mundo passam pela narrativa. “Compor é produzir narrativa, é pegar pra si um pouco da História e dizer: eu vou contar, vou dizer, eu vou sentir, vou falar o que eu poderia sentir, ou falar o que eu nem senti e nem vivi, mas eu imaginei, mas eu criei e tenho aqui uma onda estética e poética e vou criar mundos a partir da palavra”, complementa.

Hoje com 32 anos, Letícia começou a compor aos 12 anos de idade. “Eu lembro que achei em casa ‘A Hora da Estrela’, de Clarice Lispector e ‘Uma Antologia Poética’, de Vinícius de Moraes. Nem fazia ideia de quem eram esses nomes e aí minha cabeça explodiu, porque despertei para o universo da poesia, descobri que era possível se expressar dessa forma”, relembra.

Carta de Fogo

Seu último álbum, Carta de Fogo, lançado em 2021, foi gravado durante o período mais duro da pandemia. Durante este trabalho, Letícia se desafiou a gravar todos os instrumentos do disco. Tanto pela impossibilidade de se reunir com outros musicistas, como também pelo desafio de ver onde isso poderia dar.

O trabalho, riquíssimo do ponto de vista da linguagem, permite uma viagem pelas diversas possibilidades do fogo e nos leva nessa jornada de poesia, som e imaginação com uma qualidade emocionante de ver e sentir.

Para os próximos passos, o que Letícia deseja é poder circular seu trabalho pelo Brasil e pelo mundo. “Eu não sei onde eu quero chegar, mas eu sei que eu quero caminhar com o meu trabalho”, avisa. “Nosso objetivo é levar a música, e levar a gente, poder trabalhar com essa expansão, ir para os lugares e poder todos os dias dizer que tem tal show em tal lugar”, planeja.

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