(Imagens: Facebook)
O site da revista americana Health, apontou a profissão de enfermagem, como uma das que mais causam depressão. Imagine se além de lidar com as pessoas doentes, assédio moral por parte dos médicos, falta de reconhecimento, você ainda tenha que se reportar a uma chefe racista e ser demitida ao denunciar as agressões?
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“Eu não sou suja, não sou nega”, disse Fabiana Cristina Lima, na época gerente da Unidade Básica de Saúde, da unidade Jardim São Carlos, do Hospital Santa Marcelina, em São Paulo, na frente da auxiliar de enfermagem Estela de Toledo e suas colegas. A agressão aconteceu, em 2015, quando as auxiliares disseram “sujou” ao avistarem a chefe vindo em suas direções – uma expressão usada com frequência quando alguém é pego de surpresa por seu superior.
Estela levou o caso à Delegacia de Guaianazes, onde foi orientada a fazer um Boletim de Ocorrência e protocolá-lo junto à chefia do Hospital. Uma vez notificada sobre o racismo de Fabiana, a diretoria do Santa Marcelina sugeriu que Estela, a vítima, procurasse ajuda psicológica, alegando que a sua falta de autoestima, era o único problema da situação e que a agressora estava se sentindo ofendida pelo termo “sujou”, que sugeriria que a gerente era suja.
Palestra sobre racismo resulta em demissão
Além desse episódio, houveram outros casos envolvendo a enfermeira Fabiana, com comentários jocosos sobre cabelo, corpo e cor da pele. “Eu já havia presenciado a gerente rindo de outras companheiras de trabalho com expressões como – E você com essa b* de nega? – Uma vez ela viu uma das funcionárias negras com roupa preta e disse que ela parecia estar pelada”, explica Estela.
Frustrada com a omissão do hospital, a técnica de enfermagem levou o caso à Defensoria Pública do Estado de São Paulo, no setor de Combate à Discriminação Racial e Preconceito. “Fui muito bem acolhida, ouvida, orientada e minha queixa registrada. Me informaram também, que marcariam uma palestra na minha unidade, cujo tema seria Racismo e Preconceito no Ambiente de Trabalho”, relata Estela.
A palestra aconteceu no dia quinze de janeiro deste ano, e alguns dias depois Estela e sua colega Cristiane Rodrigues, que testemunhou contra Fabiana, foram demitidas do Hospital, com a justificativa de que a unidade estava passando por uma restruturação.
“ A empresa me dispensou por que eu fiz um BO e a defensoria pública foi na instituição dar palestra combate ao racismo e preconceito “, acredita Estela.
Ainda de acordo com a auxiliar de enfermagem, no dia vinte de dois de fevereiro, a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania havia marcado uma mediação entre ela e Fabiana, porém a mesma não compareceu.
O Mundo Negro tentou contato com a assessoria de imprensa do Hospital Santa Marcelina, mas não teve resposta até a finalização desse texto.
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