Participar do ‘Big Brother Brasil’ era um grande sonho para Brunna Gonçalves, realizado na 22ª edição do reality, na qual entrou como integrante do grupo Camarote. Fã de longa data do BBB, ao chegar na casa mais vigiada do Brasil, a bailarina e influenciadora digital percebeu a diferença entre assistir e jogar.
Brunna aproveitou as festas, ensinou coreografias, mudou de visual e chegou a atender o Big Fone, mas reconhece que faltou ser mais ativa na competição. Eliminada com 76,18% dos votos em um paredão contra Gustavo e Paulo André, e com o título de “planta”, ela conta o que faria diferente, se pudesse: “Eu me forçaria a me expressar mais, a falar sobre o jogo, sobre as pessoas. Eu tenho essa dificuldade de me comunicar, tenho medo de as pessoas não entenderem o que eu falo e isso me retrai. Eu sei em que eu errei no jogo, e o que eu mudaria é o modo de me relacionar com as pessoas”.
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Além de avaliar seu posicionamento no reality, na entrevista abaixo, Brunna também falou sobre a visão que tem do jogo dos participantes, da percepção de que “não tinha aliados no jogo e que sua torcida, aqui do lado de fora, vai para a Linn da Quebrada.
Entrar no BBB era um sonho antigo seu. O que mais gostou de viver lá dentro?
Gostei de conhecer pessoas novas. Amava aproveitar as festas e adorava ficar dentro do quarto fofocando com as meninas. E do que mais sentiu falta durante o confinamento?Tomar banho pelada, trocar de roupa sem precisar ficar me escondendo com a coberta. Senti falta, também, de comer arroz, feijão, macarrão. Eu fiquei quatro semanas na Xepa, comendo fígado, moela…foi tenso! Tinha comida, mas não tinha variedade. Isso foi muito difícil para mim. Na segunda semana, o preço dos alimentos estava alto e a gente não tinha muito dinheiro para comprar, então passamos um aperto na Xepa. Também senti falta de ver televisão, do meu celular, de muita coisa.
Você se arrepende de algo ou faria diferente se pudesse?
A única coisa que eu faria diferente é que eu me forçaria a me relacionar mais com as pessoas; eu tenho ciência desse meu bloqueio. Eu me forçaria a me expressar mais, a falar sobre o jogo, sobre as pessoas. Eu tenho essa dificuldade de me comunicar, tenho medo de as pessoas não entenderem o que eu falo e isso me retrai. Eu sei em que eu errei no jogo, e o que eu mudaria é o modo de me relacionar com as pessoas. Eu poderia me esforçar para construir mais relações. Eu me apeguei mais ao meu quarto e fiquei ali no meu mundinho; não me forcei a criar mais vínculos. Me senti confortável, protegida e quis ficar só ali. O que eu mudaria seriam a convivência e o modo como eu me colocava no jogo, para me comprometer mesmo, sem ter medo do que as pessoas iriam achar.
Parte do público te julgou como “planta” no BBB. Você seguiu alguma estratégia de jogo nesse sentido?
Nas primeiras semanas, era uma estratégia minha dar um passo atrás para analisar e não ir com sede porque eu ainda não entendia do jogo. Eu não sabia como era jogar. Eu fui para o BBB pensando que era uma coisa e, chegando lá, era totalmente diferente do que eu imaginava. O que a gente assiste não tem nada a ver com o que a gente vive lá dentro. Então, inicialmente, eu fui com essa estratégia de ficar mais na minha. Só que eu demorei um tempo para acordar e, quando eu quis despertar, foi tarde demais.
Acha que faltou algo na sua postura na casa?
Sim, de me posicionar, de falar. Mas eu sabia que isso iria acontecer porque eu tenho esse problema e, lá dentro, você convive com todos os seus medos juntos. Até medos que nem imaginava você passa a ter. Você sente tudo ao mesmo tempo e pensa muito também. É o tempo inteiro pensando no que fazer, o que falar, como jogar… é muito louco!
Em determinado momento você afirmou que preferia ser planta do que ser cancelada. Ao entrar no BBB, o cancelamento era um medo?
Com certeza. É um medo de todo mundo que está lá dentro, não só meu. Por eu já ter uma carreira, por ser casada com uma pessoa famosa… tudo isso pesa. Não é só a Brunna, tem muita coisa por trás. Tudo que eu fazia eu pensava mil vezes com medo de como iria refletir aqui fora. É uma responsabilidade muito grande entrar no BBB. Eu tinha medo, sim, de ser cancelada, fiz de tudo para não ser e, graças a Deus, não fui (risos).
Você mudou de visual várias vezes na casa. Além das laces, apostou no cabelo natural. Essas mudanças fazem parte da sua vida aqui fora também?
Totalmente! Eu não fico mais de uma semana com o mesmo cabelo. Eu estou com esse, mas amanhã já vou mudar. Eu não consigo me olhar no espelho e ver a mesma cara por muito tempo. Eu sempre tento dar um up. Se meu cabelo está escuro, eu dou uma clareada; se eu estou com uma lace escura, eu troco pela loira. Nunca vão me ver com o mesmo cabelo por muito tempo. As pessoas me veem e já perguntam qual o cabelo que eu vou colocar, perguntam das minhas laces. O povo já me associa bastante à minha mudança de visual.
Atender o Big Fone foi um ato de coragem, na sua opinião?
Óbvio! Tanto é que muita gente ouviu e não correu para atender, só ficou olhando. Quando tocou, eu não pensei duas vezes, saí correndo. Eu só não queria ir para o paredão. Quando eu atendi e ouvi aquela voz “Atenção, preste muita atenção!”, fiquei com receio. Mas quando mandou indicar alguém para o paredão eu respirei aliviada. Pelo menos não seria eu. No fim das contas, acabei indo igualmente e saindo.
Você acabou escolhendo indicar o Gustavo. Olhando aqui de fora agora, foi uma decisão assertiva?
Escolheria de novo, mil vezes se pudesse.
Quando ele chegou na casa, você sentiu o Gustavo como uma ameaça?
Eu senti que ele já chegou para me desestabilizar, desde o início senti que era uma ameaça para mim. Quando eu descobri que ele e a Larissa teriam um “poder”, eu já pensei que iriam me indicar, não tinha dúvidas. Eles falaram que queriam movimentar o jogo, que tinha gente se escondendo na sombra de pessoas poderosas. A Larissa não consegue esconder nada; o olhar dela diz tudo. Quando perguntaram se já tinha planta na casa, ela disse que sim e, passando o olho, fixou em mim. Naquele momento, eu e a Eslô dissemos que já tínhamos entendido. Pensei “eu sou a planta da edição, pronto”. Logo, se eles tivessem uma indicação, iriam em mim, sem dúvidas. Dito e feito. Eles só não contavam que seria apenas um voto; acreditavam que seria uma indicação direta ao paredão. E não foi. Mas, eu acho que se eles soubessem que o voto valeria como um só, não teriam votado em mim. Ali eu já me senti mega ameaçada. O jeito que o Gustavo chegou na casa, botando peito, dizendo que ia movimentar o jogo… quem ele acha que é para chegar daquele jeito? Tem que ir com calma, conhecer as pessoas. Ele chegou muito acelerado e isso fez com que ele virasse alvo da casa. Depois, ele ficou com medo e pisou no freio. Para a gente lá dentro, nesses últimos dias, ele estava outra pessoa. Mas eu acabei de ver uns VT’s dele aqui fora que… nossa, uma cobra, falso toda vida. Para a gente ele mostra uma coisa, mas faz um monte de VT dizendo que vai fazer e acontecer. Não tem coragem de fazer na nossa frente porque não quer ser alvo.
Qual a diferença entre ele e a Larissa, na sua visão, já que ela também deu a entender que você era “planta”?
A Larissa também chegou falando que iria movimentar o jogo, mas quando entrou na casa, estava mais calma, tranquila, disposta a conhecer as pessoas, a ouvir. E o Gustavo, não, chegou totalmente diferente. A Larissa foi para o nosso quarto, foi acolhida, conversou comigo sobre a estratégia deles e eu super entendi. Já com o Gustavo, eu não tive oportunidade de falar. Ele só queria saber de reclamar, de falar que a gente não lavava louça, não fazia nada; que ele ia chegar e botar banca, movimentar o jogo; que ia botar vários emojis no queridômetro. Com a Larissa, eu consegui ter mais troca e ela viu que, realmente, jogar é muito diferente de assistir. Ela foi mais humana. O Gustavo foi arrogante.
Seu incômodo com a cantoria recorrente na casa representou o público de alguma maneira. Você imaginava que isso estaria sendo comentado pelos fãs aqui fora também?
Eu falava “Gente, não é possível que o povo está gostando disso”. Eu segurei o máximo que pude para não reclamar porque eu já queria ter reclamado disso há muito tempo. Só que chegou uma hora que não dava mais para segurar porque estava passando dos limites, eu não aguentava mais ouvir. Teve uma vez em que a Naiara ficou o dia inteiro cantando na cozinha. Ela tinha ficado sem voz e, naquele momento, a voz tinha voltado. Ela danou-se a cantar, de manhã até a noite. Eu falei “Gente, não dá mais para mim”. Aí teve uma hora que ela cantou um louvor e eu até fui cantar junto porque gosto. Mas depois o povo todo junto…parecia “High School Musical”. Falavam “céu”, aí puxavam uma música com “céu”; falavam “celular”, alguém puxava uma música com “celular”. Não dava mais! Graças a Deus eles diminuiriam a cantoria, porque senão eu iria apertar aquele botão (risos).
Seu posicionamento no jogo foi ao encontro de amizades com pessoas do seu quarto. Acha que isso pode ter lhe prejudicado de alguma forma ou manteria essas alianças?
Eu super manteria, não me arrependo. Eles me protegeram, a gente conversava, falávamos sobre jogo… Foi o grupo com o qual eu me identifiquei. O fato de eu não ter me posicionado mais foi porque nada acontecia diretamente comigo, então eu não tinha o que falar. Eu realmente me escondia. Na hora do jogo da discórdia, eu não tinha o que falar, não acontecia nada comigo. Ninguém votada em mim. Eu comecei a dar uma visão mais por alto das coisas que aconteciam e me posicionava do jeito que eu sabia. Mas não deu muito certo (risos).
Quando a Jade ganhou a liderança pela segunda vez, você e a Eslovênia ficaram um pouco chateadas por não terem sido levadas para o Vip. Isso abalou sua confiança nela?
Um pouco. Mas ela foi muito estratégica. A escolha do Vip dela foi menos coração e mais estratégia. Ela levou a Bárbara e a Laís, que eram as pessoas mais próximas dela; o PA e o Pedro por estratégia, já que eles estavam muito perto do Arthur e ela queria leva-los para perto dela. Depois que eu soube disso, entendi. Mas mesmo assim, fiquei chateada porque nós estávamos na Xepa há vários dias. Na semana anterior, ela tinha dito que queria nos escolher, mas que não tinha dado porque não havia pulseiras suficientes. Ela disse que queria muito levar a gente, que queria colocar só meninas no Vip. Então, na segunda liderança, a gente criou uma expectativa e…Xepa de novo.
Quais eram seus maiores aliados no jogo?
No último jogo da discórdia, eu dei o colar para a Eslô. Ela esteve comigo em vários momentos, conversando, puxando a orelha, dizendo o que ela achava. Nós tínhamos essa troca. Depois que a Bárbara saiu, ela era a pessoa com quem eu mais conversava, por isso a coloquei como a minha maior aliada. Mas, na verdade, eu não era prioridade de ninguém daquele quarto. Eu tinha noção de que eu era protegida pelo grupo, mas, se tivessem que escolher entre mim e outra pessoa, eles escolheriam quem tivessem mais proximidade. Eu tinha total consciência disso. Olhando agora, com a visão de fora, eu acho que não tinha um aliado ali dentro, só a Maria, antes de ela sair. Eu jogava sozinha. Tanto é que meus votos não batiam com os votos do quarto. Eu jogava sozinha, mas ouvindo o conselho deles.
Isso te incomodou em algum momento?
Eu não me senti mal por isso. Às vezes eu me sentia sozinha, mas não deixava isso me abalar. Eu pensava “Vim sozinha para cá, não nasci grudada com ninguém. Vamos jogar esse jogo assim mesmo”. As meninas já se conheciam antes porque chegaram um pouquinho mais cedo, já criaram um elo. Eu cheguei depois, era camarote – elas têm um pouco esse receio. Mas eu falo que eu sou Camarote mais Pipoca que existe. Eu amei conhecer todos do meu quarto, tive uma conexão muito grande com eles, mas eu sabia que não era prioridade de ninguém. Mesmo assim, não me deixei abater por isso.
Para quem fica sua torcida agora? E quem acha que tem mais chances de vencer o ‘BBB 22’?
Para a Lina. Ela é demais! Ela é uma jogadora que se expressa bem, coloca você para pensar, não faz um jogo sujo. Eu acho que ela ainda tem muito a crescer no BBB. E agora ela vai virar alvo de voto da casa. Mas a mulher é top e eu tenho certeza de que ela não sai. Eu torço também pela Eslô, pelo Vyni, pelo Eli, pela Laís, mas acho que a Lina tem muito mais chance de ir longe pela forma como ela está se posicionando no jogo agora.
Como pretende aproveitar esse momento depois da sua participação no reality? Já tem planos para essa nova fase?
É tudo muito novo. Acabei de sair e ter contato com o mundo real novamente. Vou com calma, vou analisar tudo, criar estratégias para ver o que é bom para mim. Mas estou muito feliz, quero trabalhar muito! Nesse pós-reality, quero dar meu sangue, fazer meu nome e mostrar um pouco do que eu não consegui dentro da casa. Pretendo estudar bastante, também, para conseguir me expressar e me comunicar com o meu público melhor.
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