Aos 19 anos, Paloma Lima Dias Lins, aluna do curso Técnico em Informática do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (Iserj), desenvolveu um projeto inovador: um museu virtual interativo dedicado a cientistas negras. O trabalho, que utiliza algoritmos de inteligência artificial, rendeu à estudante o 1º lugar na categoria Divulgação Científica da 18ª Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro, em 2024.
Batizado de “Museu das Cientistas Pretas”, o projeto apresenta 12 pesquisadoras negras de destaque no Brasil, nos Estados Unidos e na África. A plataforma permite que os visitantes conheçam as trajetórias das cientistas por meio de narrativas virtuais. “Foi emocionante poder dar visibilidade a essas mulheres que têm contribuições tão significativas e, muitas vezes, são apagadas da história”, afirmou Paloma.
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O museu foi produzido com recursos de ferramentas gratuitas de inteligência artificial, como as plataformas Artsteps, Runway e Vidnoz. As imagens dos cientistas foram transformadas em ilustrações e animadas em vídeos curtos que narram suas conquistas. A iniciativa levou cerca de cinco meses para ser concluída, sob a orientação das professoras Patrícia Felippe Amorim, do curso de Informática, e Monique Gonçalves, de Química.
“Foi um trabalho coletivo, mas Paloma se destacou por sua dedicação e curiosidade em aprender sobre cada uma das cientistas”, disse Amorim. Gonçalves destacou que a pesquisa teve como referência o livro Descolonizando saberes: mulheres negras nas ciências, da escritora Bárbara Carine, vencedora do Prêmio Jabuti em 2024.
Entre as cientistas homenageadas estão nomes como Sônia Guimarães, primeira mulher negra doutora em Física no Brasil, e Jacqueline Goes de Jesus, que liderou o primeiro sequenciamento genético do coronavírus no país. “A maior lição que tirei é que mulheres negras cientistas não recebem o devido reconhecimento, e espero que meu projeto ajude a mudar isso”, declarou Paloma.
Única aluna mulher em sua turma de Informática, a jovem também foi bolsista da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Agora, ela se prepara para disputar uma vaga no ensino superior, com opções que vão de Jornalismo a Química.
A iniciativa do museu reflete um esforço crescente para valorizar a contribuição de mulheres negras na ciência. “É um convite para repensarmos o lugar das mulheres pretas no mundo acadêmico e nas narrativas científicas”, concluiu Gonçalves.
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