“Estar dentro do espectro autista me deu muitas vitórias”, diz Leilah Moreno sobre diagnóstico na vida adulta

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“Estar dentro do espectro autista me deu muitas vitórias”, diz Leilah Moreno sobre diagnóstico na vida adulta
Foto: William Machado

A atriz e cantora Leilah Moreno falou ao Gshow sobre o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista que recebeu aos 25 anos de idade. Desde a infância ela percebeu que a forma de se conectar e comunicar com as pessoas era diferente. Apesar de brincar e conversar com outras crianças, ela sentia que tinha um mundo particular.

A caminhada com vários diagnósticos começou aos 16 anos, quando disseram que ela tinha DDA (Déficit de Atenção), TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), altas habilidades e superdotação. Aos 18 anos decidiu fazer exames ainda mais completos mas o diagnóstico final veio somente aos 25 anos.

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“A forma de me comunicar, me conectar com as pessoas e ver o mundo eram diferentes. Achava que isso era porque eu era artista, criança ou aquariana. Tinha um mundo muito particular e imenso. Não fui uma autista não-verbal, fui comunicativa, mas tive momentos de isolamento, ainda tenho. Tinha bastante ressaca social. Convivia bem com a família, brincava, mas, sempre que acabava a festa, precisava me isolar. Isso me deixava encucada. Ficava sobrecarregada com barulho, muitas informações.”

Para superar esses incômodos, a cantora descobriu que o palco era seu espaço de segurança, que permitia criar conexão com as pessoas. “Entendi que quando estava no palco cantando era líder do meu espaço. Tomei a arte como meu hiperfoco que fez com que desenvolvesse a comunicação e socialização. Eu não conseguia manter uma relação duradoura com ninguém, acabava me afastando das pessoas. Hoje, mais madura, busco estar mais conectada com as pessoas. Entendo que isso tem que fazer parte de mim.”

Apesar do caminho de autoconhecimento e descoberta ser longo, Leilah acredita que foi o espectro que a ajudou a desenvolver seus talentos.

“O autismo não é um castigo. Se eu não tivesse o espectro, não teria desenvolvido as minhas aptidões com tanto afinco. Estar dentro do espectro autista me deu muitas vitórias. Trabalhar com o público era para ser a coisa mais difícil do mundo e é o que me torna mais forte. Tive que estudar e entender quando entrei nesse universo, me conheci. Foi a coisa mais importante e bonita que podia ter acontecido comigo, sou muito feliz por isso”, afirma.

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