Na última terça-feira, 9, o judoca Keven Luan dos Santos Souza, integrante da Seleção Baiana de Judô, foi alvo de disparos nas costas durante uma abordagem policial na cidade de Jequié, Bahia. O jovem de 24 anos foi levado para o Hospital Geral Prado Valadares, onde passou por uma cirurgia e segue estável, segundo o atleta Diego Santos, coordenador do projeto Judô Ação, onde Keven treina.
Keven Souza estava na garupa de uma motocicleta de um amigo quando foi atingido por tiros nas costas. Segundo a polícia, os agentes iniciaram uma perseguição pelas ruas da cidade, alegando desobediência à ordem de parada por parte do piloto da moto. Os policiais informaram que estavam realizando uma ronda quando avistaram a moto, e que o piloto teria fugido, efetuando disparos contra os agentes, que teriam revidado, atingindo Keven. Versão contestada por familiares e amigos do judoca.
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Familiares e amigos contestam a versão policial, alegando que Keven teria sido confundido pelos agentes. Arlon dos Santos, representante do Projeto Social Judô Ação, afirmou que o judoca levantou os braços para mostrar que não estava armado, sendo atingido mesmo assim. Na página do projeto social, uma publicação ressalta o talento de Kevin no judô: “Keven é um judoca promissor que representou a cidade de Jequié e o estado da Bahia em diversos campeonatos brasileiros e nacionais. Patrocinado pelo Governo do Estado, melhor atleta do ano de 2023 do estado da Bahia está sendo convidado para fazer parte de outros clubes do Brasil”.
Ao jornal Correio da Bahia, Diego Santos, coordenador do projeto de judô que Keven participa, afirmou que o jovem está acordado e respondendo a comandos: “Encontra-se estável, acordado e respondendo a todos os comandos. Foi até ouvido pela delegada hoje (10). Em breve estará de volta aos treinos!”.
A Polícia Militar alega ter apreendido um revólver calibre 32 após o ocorrido, mas o advogado de Keven, Miguel Bomfim, afirma que o judoca e o piloto da moto negam ‘categoricamente’ estar armados. Bomfim destaca a discrepância entre a versão policial e a evidência apresentada.
Para o jornal O Globo, ele contou que “Chama atenção que a polícia fez o registro dizendo que houve troca de tiros e que um tiro teria atingido a viatura, só que foi apresentada uma arma com quatro munições deflagradas e apenas um tiro disparado contra a polícia teria atingido a viatura”.
O caso foi registrado na 1ª Delegacia Territorial de Jequié, e a Polícia Civil expediu guias periciais, com o intuito de realizar oitivas para esclarecer os eventos que levaram ao incidente. O episódio levanta questões sobre o uso da força policial e a necessidade de uma investigação transparente para determinar a verdade dos fatos.
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