Ednéia Carvalho, modista e esposa do ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania Silvio Almeida, que foi demitido após denúncias de assédio sexual, fez um desabafo nas redes sociais nesta quinta-feira, 7. Em uma longa publicação, Ednéia relatou as dificuldades enfrentadas nos últimos meses e criticou a falta de acolhimento, mencionando, inclusive, a ausência de apoio de setores que promovem pautas feministas.
“Fala-se tanto em pautas feministas, mas esse mesmo feminismo não me acolheu. Nunca vou esquecer das vezes que tive que amamentar minha filha em meio a uma tristeza profunda”, escreveu Ednéia, que é mãe de Anesu, fruto do relacionamento com Almeida. “Eu lamento muito que pautas sérias estejam sendo banalizadas por interesses pessoais, mas apesar de tudo estou bem, sigo cuidando da minha família, Anesu é a nossa vida, por ela faremos de tudo para garantir a sua felicidade e a sua segurança”, afirmou citando sua filha com o ex-ministro.
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Ela também aproveitou para agradecer aos amigos e familiares que se mantiveram próximos, destacando a importância da rede de apoio recebida, que, segundo ela, teria superado em muito as decepções e abandonos sofridos. “Tivemos decepções, sim tivemos, teve quem pulou do barco, teve quem soltou a nossa mão, mas uma minoria que chega a ser irrelevante tamanha foi a rede de apoio que recebemos, inclusive aqui mesmo nessa mesma rede que massacrou minha família, que não pouparam nem a Anesu, eu recebi muito carinho e apoio também, meu muito obrigada!”, desabafou.
Silvio Almeida comentou na publicação agradecendo o apoio da esposa: “Meu amor, eu só posso agradecer por tudo o que vem fazendo por mim em todos estes anos. Só nós sabemos o tamanho dos desafios que enfrentamos e como nada para nós foi fácil. A dor da injustiça e da calúnia jamais irá superar o compromisso que temos um com o outro e também com nossa menina. Você observou bem: no meio deste lamaçal descobrimos os verdadeiros amigos e recebemos muitos apoios, de pessoas que eu nunca vou esquecer”, escreveu.
O que aconteceu
O advogado Silvio Almeida foi demitido do cargo de ministro dos Direitos Humanos no dia 6 de setembro depois que a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, confirmar que foi vítima de importunação sexual e assédio por parte de Almeida durante uma conversa com colegas ministros no Palácio do Planalto. A decisão foi tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva depois de uma reunião individual com os envolvidos.
No dia 5 de setembro, a ONG Me Too, que presta apoio a vítimas de violência sexual, confirmou ter recebido denúncias contra o ex-ministro e que ofereceu atendimento jurídico e psicológico às vítimas. A revelação das acusações desencadeou uma crise que culminou com a demissão oficial de Almeida, publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União. Em nota, a Presidência da República declarou que a decisão de exonerar o ministro se deu pela “insustentabilidade” de sua permanência frente às acusações.
Na ocasião, Almeida respondeu às denúncias por meio de uma nota e um vídeo, nos quais se declarou alvo de acusações sem provas e acionou a Justiça para que a ONG responsável pelas denúncias prestasse esclarecimentos. A situação evoluiu com o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizando a abertura de um inquérito para investigar o ex-ministro.
Ednéia finalizou sua publicação com uma declaração ao marido, expressando seu apoio e fé na resolução do caso. “Meu amor, conte comigo sempre, amo você demais”, escreveu, ressaltando que o casal segue “ansioso pela justiça” diante das acusações.
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