Erika Januza estreia programa no GNT ‘Rainhas Além da Avenida’ e reflete: “O Carnaval é feito pelo povo preto”

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Erika Januza estreia programa no GNT ‘Rainhas Além da Avenida’ e reflete: “O Carnaval é feito pelo povo preto”
Foto: Ramon Rodrigues

“É muito importante a gente não esquecer que o Carnaval é feito pelo povo preto”! Erika Januza estreia “Rainhas Além da Avenida”, o novo programa do GNT, nesta sexta-feira, 14 de fevereiro, às 21h. A apresentadora acompanhou durante meses a rotina das rainhas do grupo especial do Carnaval do Rio, revelando a vivência, desafios e emoções destas mulheres.

Mesmo que o programa seja focado na vida das rainhas de bateria, enquanto mulher negra, Erika Januza, criadora do programa junto com Vitor Carpe, teve como propósito apresentar como a cultura negra está inserida nos bastidores do Carnaval. 

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“O carnaval é união, é acolhimento, é alegria, é aquele momento que todo mundo se junta para ver um grande espetáculo acontecer. Mas quando olhamos para os bastidores, percebemos que a maioria das pessoas que fazem tudo acontecer são negras. A história do Carnaval vem desse povo e é essencial que isso não seja apagado na hora dos holofotes também serem acesos”, disse a rainha de bateria da Unidos do Viradouro em entrevista ao Mundo Negro, durante a coletiva de imprensa recentemente. 

Foto: Ique Esteves

Dividido em quatro episódios, o reality show acompanha de perto as histórias das rainhas Lorena Raíssa, Mayara Lima, Fabíola de Andrade, Lexa, Viviane Araújo, Andressa Marinho, Paolla Oliveira, Evelyn Bastos, Bianca Monteiro, Maria Mariá e Sabrina Sato, e pretende levar ao público um olhar mais profundo sobre a conexão delas com a comunidade, sonhos e desafios.

Por haver um pequeno recorte de rainhas de bateria que são negras, Erika fala sobre os debates relacionados à cor e à comunidade que são importantes. “Eu tinha que falar onde era pertinente para cada mulher, cada espaço, e até perguntar para aquela que não faz parte desse recorte, o que representa para ela, como ela respeita a comunidade, como ela respeita o povo que faz isso acontecer”, destaca. “Tinha uma rainha, por exemplo, que estava fazendo aula de samba com uma moça da comunidade, e a gente registrou esse momento”.

“O tempo todo a gente mostra como a cultura negra está inserida nesse lugar. E partindo de mim, vai estar sempre! Seja no meu jeito de vestir, de me comportar de falar, do que eu vou defender. Por mais que tenhamos rainhas diversas, o respeito pelo Carnaval para mim é o respeito pelo povo preto. Qualquer coisa que eu fizer, vai passar por mim nesse lugar da pele que eu tenho e as diferenças de rainha negra com rainhas não negras. Então acho que no programa vai dar para ver um pouco de tudo isso”, completa. 

Foto: Julia Santos/GNT

O cotidiano das rainhas do Carnaval 

Foi através de suas experiências pessoais, que Erika Januza teve a ideia de criar o programa. “Dentro da minha experiência como rainha de bateria nesses anos com a Viradouro, eu fui aprendendo e vivendo tantas coisas, e a gente tinha curiosidade de entender, [por exemplo] ‘será que elas também passam por isso?’; ‘será que esses comentários que me magoam também magoam elas de alguma forma?’”, revelou na coletiva. 

Vitor Carpe destaca que “Rainhas Além da Avenida” não tem pretensão de ser um documentário que conta a história do surgimento do cargo. “A gente está aqui para contar que por trás dessa coroa, essa coroa pesa muito mais do que as pessoas imaginam. À medida que o brilho vem durante o desfile, quando essa luz apaga, as pedradas também são muitas, e essas meninas sofrem muito para dar conta de estar ali”. 

Para o diretor Jorge Espírito Santo, foi desafiador traduzir em um programa para o público todo o desejo de Erika e Vitor. “‘Quando os holofotes se apagam’, é uma pergunta que a Erika sempre levantava com as rainhas, é isso que eu acho que todo mundo vai ver”, disse. 

Foto: Ique Esteves

“O fato de ser a rainha de bateria e conhecer tanto esse universo, Erika literalmente conversava com essas pessoas, trocava com os personagens. Não é uma posição de uma apresentadora mais tradicional, que faz uma entrevista”, explica. 

José Júnior, produtor do programa e fundador da AfroReggae Audiovisual, agradeceu pela oportunidade de trabalhar neste projeto com protagonismo negro. “Tem tudo para, não só trazer realidades que nós não conhecemos, mas também vai trazer um público pro GNT que vai ter muito interesse de conhecer esses bastidores”, contou. 

“Rainhas Além da Avenida” estreia nesta sexta-feira (14), com exibição todas as sextas, às 21h, no GNT e no dia seguinte no Globoplay Premium. Realizada pela AfroReggae Audiovisual, a série criada por Erika Januza e Vitor Carpe, tem direção de Jorge Espírito Santo e produção de José Junior.

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