Em homenagem à ex-vereadora Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018 junto com o motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, a Câmara dos Deputados realizou uma sessão nesta quarta-feira (15) e contou com a presença da Anielle Franco, irmã de Marielle e ministra da Igualdade Racial.

Nestes cinco anos sem solução do crime, Anielle saudou a presença das deputadas negras como Benedita da Silva (PT) e Talíria Petrone (PSOL) e agradeceu pelo apoio das parlamentares após a morte da irmã e nas pesquisas sobre violência política contra mulheres negras.

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“Me refiro a vocês duas porque quando fizemos uma pesquisa sobre violência política no Instituto Marielle Franco, quando eu ainda era diretora, eu nunca vou esquecer os dados que vieram das entrevistas com vocês duas e imaginar que esse lugar não era para a gente, nunca foi”, disse.

Anielle Franco no plenário da Câmara dos Deputados na sessão de homenagem à Marielle Franco (Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados)

Em relatório publicado após as eleições municipais de 2020, o Instituto Marielle Franco apresentou 8 tipos de violências políticas sofridas por mais de 140 candidatas negras nas eleições.

Durante o discurso, a ministra lembrou que o plenário da Câmara foi usado para disseminar mentiras e violência contra Marielle. “Seguir combatendo a violência política e tudo o que assola a democracia”.

“Enquanto a gente não responde quem mandou matar a Mari, a gente segue com essa democracia fragilizada. E eu realmente espero que a gente não tenha que ficar mais cinco anos para esperar alguma resposta dos mandantes”, disse.

A sessão comandada pela deputada Erika Hilton (PSOL), também contou com a presença de Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, e Sônia Guajajara, ministra dos Povos Originários, que se pronunciaram em memória aos cinco anos sem Marielle Franco.

Ontem (14), Anielle publicou um texto em homenagem à irmã nas redes sociais. “5 anos de saudade, de luta, de busca por justiça sobre um crime político, que ecoou mundo afora, de uma mulher negra, mãe, bissexual, defensora dos direitos humanos, que foi brutalmente assassinada com 5 tiros na cabeça saindo do seu exercício político”, disse.

“Como irmã de Marielle, filha de Marinete, me dói muito ter que enfrentar ainda fake news e discurso de ódio contra minha irmã, me dói ter que falar sobre justiça depois de tanto tempo, mas continuaremos fazendo isso até conseguirmos solucionar este caso. É por ela, por minha família, mas também por todo o país”, ressalta.

“Sigo lutando por você, Mari, e por todo corpo negro que já tombou. Saber quem mandou matar Marielle é um dever da democracia”, finalizou.

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