A empresa de genealogia, Ancestry.com, lançou um banco de dados que utiliza inteligência artificial (IA) para ajudar negros americanos a rastrear suas árvores genealógicas. O acervo contém dezenas de milhares de artigos de jornais do século XIX, com informações sobre pessoas anteriormente escravizadas nos Estados Unidos.
A coleção é composta por aproximadamente 38 mil artigos de jornais datados de 1788 a 1867, oferecendo detalhes de mais de 183 mil indivíduos anteriormente escravizados. Este banco de dados, de acesso gratuito, pretende preencher lacunas históricas e auxiliar na descoberta de histórias familiares. Utilizando IA, a ferramenta analisa registros de jornais para identificar nomes, idades, descrições físicas e localizações dessas pessoas.
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“Muitos desses artigos originais contêm informações inéditas sobre indivíduos escravizados e preenchem lacunas onde registros judiciais e comunitários foram perdidos ou destruídos”, afirmou Nicka Sewell-Smith, genealogista profissional e produtora sênior de histórias da Ancestry.
A nova página dedicada aos registros da escravização permite aos usuários pesquisar por nome ou explorar registros específicos de estados com mais dados. A IA conecta nomes em outros bancos de dados de inventários da Ancestry, auxiliando na montagem de complexos quebra-cabeças genealógicos. Segundo a Axios, responsável pela plataforma, esta ferramenta irá “vasculhar os registros de jornais, antes difíceis de pesquisar, em busca de nomes de pessoas escravizadas, conectando nomes em outros bancos de dados de documentos de inventário da Ancestry para montar quebra-cabeças”.
A iniciativa é um complemento à vasta base de dados existente da Ancestry, que já inclui “mais de 18 milhões de registros, documentando a vida de indivíduos anteriormente escravizados ou recém-emancipados”, como registros do Freedmen’s Bureau, do Freedman’s Bank e outros documentos selecionados do Censo Federal dos EUA.
Os maiores registros encontrados estão nos estados da Geórgia, Louisiana, Mississippi e Virgínia. Alguns artigos até revelam detalhes sobre como Harriet Tubman ajudou pessoas escravizadas a escapar para o norte ou fornecer pistas sobre tentativas de fuga pela Estrada de Ferro Subterrânea até o México.
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