A deputada federal Dandara (PT/MG) apresentou um projeto de lei que visa regulamentar a profissão de trancista no Brasil, propondo sua inclusão no Quadro de Atividades e Profissões da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A proposta destaca a especificidade e a importância cultural dessa atividade, diferenciando-a da profissão de cabeleireiro.
O projeto surge em resposta a uma demanda de trabalhadoras trancistas de Uberlândia, que buscam reconhecimento e valorização profissional. “Cerca de 90% dessas profissionais estão focadas no embelezamento afro, o que as distingue dos cabeleireiros tradicionais. Estimamos que existam aproximadamente 15 mil trancistas no país”, explica Dandara.
Notícias Relacionadas
Pequena África recebe R$ 7,3 mi do BNDES; anuncio de investimento foi feito durante o G20 social
Erika Hilton anuncia que PEC da escala 6x1 alcançou assinaturas suficientes para tramitação na Câmara dos Deputados
A regulamentação é justificada pela deputada com base nas habilidades e técnicas ancestrais utilizadas pelas trancistas, que são fundamentais na cultura afrodescendente brasileira. “O trabalho das trancistas vai além da estética, desempenhando um papel social significativo na desconstrução de estereótipos negativos sobre cabelos afro, promovendo práticas de cuidado capilar que fortalecem a autoestima e preservam as tradições e ensinamentos ancestrais da população negra”, enfatiza.
Dandara também destaca a importância econômica da regulamentação, especialmente para as mulheres negras, que são a maioria dessas profissionais. “A atividade das trancistas é um exemplo notável de empreendedorismo negro, contribuindo para a empregabilidade e a autonomia financeira dessas mulheres”, conclui a deputada.
A proposta de regulamentação da profissão de trancista reflete a valorização da cultura afro-brasileira e o reconhecimento da importância dessas profissionais para a comunidade negra, reafirmando a identidade e promovendo a inclusão social.
Notícias Recentes
Artistas brasileiros constroem uma linguagem e estética únicas do afrofuturismo
Luminárias japonesas são retiradas do Beco dos Aflitos para resgatar memória negra na Liberdade