
Após rompimento profissional de 16 anos, os irmãos Emicida e Fióti agora se enfrentam no Tribunal de Justiça de São Paulo. De acordo com o processo que o jornal Extra teve acesso, Emicida acusa Fióti de transferir R$ 6 milhões da Laboratório Fantasma para uma conta pessoal sem autorização. Os artistas fundaram a empresa juntos.
“Lamentavelmente, o requerido Leandro (nome de batismo de Emicida) foi surpreendido em janeiro de 2025 com a transferência de R$ 1.000.000,00 (um milhão) da pessoa jurídica Laboratório Fantasma Produções, em favor do requerido Evandro (nome de batismo de Fióti) sem que houvesse qualquer autorização de Leandro neste sentido, e sem qualquer razão jurídica, circunstância que o levou a cassar as procurações anteriormente concedidas ao requerente Evandro. Novo saque em igual montante foi realizado em fevereiro de 2025, também sem a expressa autorização de Leandro”, afirmam os advogados de Emicida.
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A investigação interna revelou que, além desses R$ 2 milhões, outras transferências realizadas entre junho e julho de 2024 totalizaram mais R$ 4 milhões, “não restando alternativa, senão cancelar o acesso às contas do Requerente, sob pena de dilapidação do patrimônio da sociedade”, continuam o texto.
“Antes de adentrar ao mérito da presente manifestação, é importante destacar que estes fatos relacionados aos saques, além de graves, e reveladores de uma quebra de confiança, causam ao Requerido tristeza ao ver o seu irmão adotar tais medidas, sem qualquer explicação, não tendo restando outra alternativa que não adotar as medidas de cassar os poderes outorgados por procuração”, diz o processo.
Defesa de Fióti alega adiamento de lucro
A defesa de Fióti nega qualquer irregularidade e sustenta que os valores foram retirados como um adiantamento de lucros. Em e-mails anexados ao processo, o empresário argumenta que a retirada de R$ 2 milhões foi previamente acordada entre as partes e que metade do montante foi repassada a Emicida.
“A acusação de que Evandro teria ‘esvaziado’ contas da empresa é completamente infundada. As planilhas financeiras que ora se anexa, demonstram que Leandro, na condição de artista e sócio, foi beneficiário de valores significativamente superiores aos recebidos por Evandro. Constam lançamentos recorrentes e vultosos a favor de Leandro, inclusive a título de cachês, retiradas, transferências e repasses diretos. Em contraponto, Evandro recebeu valores compatíveis com sua posição de gestor, e dentro dos parâmetros acordados entre as partes. Ademais, em email corporativo de 20/01/2025, está documentada a proposta de distribuição de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) a Evandro como adiantamento de lucros, visando equalizar a disparidade histórica nas retiradas feitas exclusivamente por Leandro”, afirma o advogado de Fióti.
Os advogados de Emicida, no entanto, contestam essa versão e alegam que a diferença nos repasses é reflexo da estrutura societária da empresa, na qual o rapper é sócio majoritário, com 90% das cotas, enquanto Fióti detém os 10% restantes.
A Laboratório Fantasma também administra os direitos autorais e rendimentos da carreira de Emicida. Segundo seus advogados, o rapper manteve parte de seus ganhos na empresa para financiar sua própria carreira e a de outros artistas, como Drik Barbosa, Fióti e Rael. “havendo neste sentido um débito artístico relevante entre os Requeridos”, argumenta a defesa.
A disputa também expõe um desentendimento sobre a remuneração de Fióti na gestão da empresa. O empresário teria manifestado insatisfação com os valores recebidos antes do rompimento. O processo segue em tramitação.
Fonte: Jornal Extra
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