
O ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) que está sendo chamado de “estuprador” e que deseja justiça. A CNN Brasil teve acesso a 29 minutos em vídeo do interrogatório, realizado em fevereiro deste ano na sede da PF em Brasília.
Almeida foi ouvido como investigado em supostos casos de assédio sexual, incluindo uma denúncia da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. “Estão me chamando de estuprador”, disse ele à delegada responsável pelo caso, visivelmente consternado. “É um absurdo. Estou chocado, indignado, chateado. Quero justiça.”
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O ex-ministro foi exonerado do cargo em setembro de 2023, um dia após as denúncias serem divulgadas pela organização MeToo Brasil, que recebeu os relatos. Em seu depoimento, Almeida criticou a entidade, afirmando que ela “desrespeita a autoridade policial” e não verifica fatos antes de divulgar acusações.
A PF confrontou Almeida com quatro depoimentos de denunciantes, entre eles o de Anielle Franco. O interrogatório completo, com cerca de duas horas, permanece sob sigilo e tem relatoria no Supremo Tribunal Federal (STF), onde o caso tramita devido ao foro especial por Almeida ter ocupado cargo no primeiro escalão do governo.
Em novo pedido ao STF, a defesa de Silvio Almeida solicitou que todas as pessoas presentes em uma reunião com Anielle Franco em maio de 2023 — onde teria ocorrido a suposta importunação sexual — prestem depoimento. Entre os participantes estavam o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e a ex-secretária-executiva adjunta de Igualdade Racial Adriana Marques.
A defesa citou uma mensagem de Adriana no dia da demissão de Almeida: “Eu não acredito nisso porque sei o quanto elas te odeiam. E tenho como provar.” Os advogados argumentam que a apuração só será isenta se os presentes forem ouvidos.
Além disso, a defesa pede o depoimento de pessoas que possam atestar o caráter do ex-ministro, como a professora Isabel Rodrigues e ex-alunas, para contestar acusações anteriores de assédio. O inquérito está em fase final, após a PF ouvir as denunciantes e, posteriormente, o próprio Almeida. A decisão sobre o arquivamento ou denúncia caberá ao STF.
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