Natural do Rio de Janeiro, o escritor e educador Ricardo Jaheem trouxe uma nova proposta para o Natal com o projeto “Empretecendo o Natal”, que ressignifica a simbologia tradicional da festividade ao valorizar a ancestralidade negra. A iniciativa apresenta um Papai Noel vestido com trajes africanos, visitas a escolas e ações voltadas para o combate ao racismo, incluindo uma campanha para distribuição de livros infantis com temáticas antirracistas.
A figura tradicional do “bom velhinho” ganha uma identidade renovada com roupas confeccionadas em ankara, um tecido africano conhecido pelas estampas vibrantes e simbólicas. O figurino inclui bordados dourados, búzios e flores, em substituição aos elementos associados ao inverno europeu, como a pelúcia branca.
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Educador transforma Papai Noel com roupas africanas no projeto “Empretecendo o Natal”
“O ankara é uma arte que conta histórias, traz filosofia e carrega a presença africana que pulsa em mim”, explica Jaheem. “Retiramos os elementos felpudos brancos, ligados à neve e ao frio, e trouxemos bordados dourados, simbolizando a riqueza africana. A touca tem flores e búzios, conectando a ancestralidade com uma mensagem de pertencimento. Quero que as crianças possam se ver nesse Papai Noel, que representa não apenas o menino Ricardo, mas todos que buscam uma identidade no Natal”, acrescenta.
As roupas foram criadas pela costureira Luciane de Oliveira, de Rocha Miranda, enquanto a coroa artesanal que integra o figurino foi feita pela artesã Vall Neves, do Fallet Fogueteiro, no Centro do Rio. O conceito visual do projeto teve direção artística de Pablo Ferreira, modelo e DJ, que incorporou elementos de quilombos à proposta.
Como parte do projeto, Jaheem lançou uma campanha para arrecadar R$ 20 mil, destinados à compra de mil livros infantis com foco no combate ao racismo. A distribuição será realizada no dia 21 de dezembro, na comunidade Fallet, no Rio de Janeiro. Interessados podem contribuir por meio da plataforma Catarse (link para doações).
Para Jaheem, o “Empretecendo o Natal” vai além da estética: é um convite à reflexão sobre colonização, pertencimento e diversidade durante as celebrações natalinas. “O Papai Noel de ankara conecta a ancestralidade africana ao Natal e transforma essa época em um momento de resistência e valorização cultural”, afirma o educador.
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