A produtora Quiprocó Filmes anunciou a produção do documentário “Pretos Novos do Valongo”. Conforme publicado no blog do jornalista, Ancelmo Góes, a produção tem como objetivo abordar a memória das vítimas e diversos outros aspectos relacionados ao maior cemitério de escravizados das Américas, o Cemitério dos Pretos Novos, situado na região da Pequena África, no Rio de Janeiro.
O anúncio sobre o documentário é marcado por uma coincidência temporal significativa, porque que abril de 2024 marca precisamente 250 anos desde que o vice-rei Marquês do Lavradio, uma das autoridades máximas no Brasil em 1774, assinou uma ordem que determinava a transferência das atividades ligadas ao desembarque e ao trato dos escravizados para a área do Valongo.
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“Trata-se de um projeto que se insere num território estratégico para a formação do Rio de Janeiro, que se atualiza a partir de um conjunto significativo de intervenções públicas e privadas na Pequena África e que certamente é central no debate sobre o futuro de uma cidade com mais equidade racial e social”, afirmou o diretor executivo da Quiprocó Filmes, Fernando Sousa, no Instagram da produtora.
A direção do documentário é assinada pela jornalista Mônica Sanches, junto com a cineasta Laís Dantas, uma jovem diretora originária da Baixada Fluminense.
Patrimônio Mundial da Humanidade
Em 2017, o Cais do Valongo foi considerado Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, “por seu valor universal excepcional como único exemplar íntegro e autêntico conhecido até o momento, que através de seu contexto material e imaterial, expressa de forma totalizante a história de diáspora africana no Brasil e nas Américas”, de acordo com o Comitê Técnico da Candidatura do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo a Patrimônio Mundial, MRE, MinC, IPHAN. O Cais do Valongo foi o principal porto de entrada, entre c. 1775 e 1830, de possivelmente entre 500 mil a 900 mil africanos escravizados no Brasil.
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