A diretora Gina Prince-Bythewood, 53, falou pela primeira vez sobre a não indicação de seu filme ‘A Mulher Rei’ ao Oscar 2023. Muitos especialistas de cinema foram pegos de surpresa, já que o longa estrelado por Viola Davis, 57, se tornou um dos mais aclamados do ano passado e aparecia como um dos favoritos nesta temporada de premiações. Apesar do sucesso e da recepção positiva por parte da crítica, o filme ficou de fora do Oscar.
“Para qualquer hater por aí que espera nos enganar e dizer que talvez [A Mulher Rei] não foi bom o suficiente, você não pode contestar os fatos de nossa nota A+ no CinemaScore ou a pontuação de 94% no Rotten Tomatoes,” disse Prince-Bythewood em entrevista ao The Hollywood Reporter. De fato, apenas outros dois filmes conquistaram a nota A+ nos Estados Unidos ao longo de 2022, uma validação do público e da crítica sobre a qualidade da obra. “Nesta indústria, mulheres negras não têm poder. Não há uma onda de pessoas privilegiadas com enorme capital social para apoiar as mulheres negras. Nunca houve“, continuou a diretora.
Gina comentou ainda sobre a importância de prêmios como Oscar no mundo do entretenimento. “Há quem diga aos cineastas negros ‘por que você se importa com prêmios? Por que você se importa com a validação de uma organização branca?’ E é isso. A Academia e os sindicatos não devem ser consideradas instituições brancas”, destacou. “Eles não representam toda a comunidade cinematográfica. Mas o que os prêmios oferecem é moeda. Eles afetam sua posição. Eles impactam a bilheteria. Eles impactam os passos que você dá nesta indústria. Eles impactam quem recebe o corte final.”
A cineasta disse ainda que mesmo trabalhando de forma excecional, pessoas negras dificilmente terão o mesmo reconhecimento que pessoas brancas. “Essa temporada de premiações me abriu os olhos”, contou Gina. “É um reflexo da posição da Academia e do abismo consistente entre a excelência negra e o reconhecimento. E, infelizmente, isso não é apenas um problema em Hollywood, mas em todos os setores”.