
É impossível falar sobre Dia Mundial do Rock sem lembrar as origens negras do estilo musical e celebrar grandes artistas negros que colocaram o rock and roll em um novo patamar, com vozes, performances e muito talento. Na data, celebrada neste 13 de julho, exaltamos as vozes que abriram caminho para o gênero e relembramos que o ritmo nasce do blues, do gospel, do R&B, sendo mais uma das criações incríveis da diáspora africana.
A própria expressão “rock and roll” tem ligação direta com essas raízes. O termo ganhou visibilidade na década de 1940, quando o colunista Maurie Orodenker passou a usá-lo na Billboard para descrever faixas animadas de Sister Rosetta Tharpe, como “Rock Me”. Mas sua origem negra é ainda mais profunda: palavras como “rocking” já eram comuns nas igrejas negras do sul dos Estados Unidos, associadas ao fervor e à intensidade espiritual das músicas gospel — uma base poderosa para o nascimento do rock.
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Para celebrar essa data tão especial, lembramos artistas negros que marcaram a história do rock com seu talento que influenciou gerações de músicos.
Sister Rosetta Tharpe

Sister Rosetta Tharpe, nascida em 1915 no Arkansas (EUA), é considerada a verdadeira criadora do rock’n’roll. Filha de colhedores de algodão e criada em uma comunidade religiosa, ela revelou desde cedo seu talento musical, tocando e cantando com naturalidade nos cultos da igreja. Começou sua carreira no gospel e, em 1944, emplacou “Strange Things Happening Every Day” no top 10 da Billboard — feito inédito para o gênero.
Foi a primeira artista a ter sua música descrita como “rock and roll” na Billboard. Com uma mistura única de guitarra elétrica e espiritualidade, influenciou nomes como Elvis Presley, Chuck Berry e Bob Dylan. Ainda na década de 1940, desafiou o racismo ao se apresentar com músicos brancos e teve um relacionamento com a cantora gospel Marie Knight, sua companheira de palco e estrada.
Apesar de seu pioneirismo, perdeu espaço para homens brancos que dominaram o mercado musical. Morreu em 1973 após um derrame, pouco lembrada e com um túmulo sem identificação. Somente décadas depois passou a ser reconhecida como figura fundamental na história do rock.
Chuck Berry

Chuck Berry foi um dos grandes pioneiros do rock, conhecido por integrar o blues ao country com letras voltadas para o cotidiano jovem, riffs marcantes de guitarra e uma presença de palco inovadora. Dono de clássicos como “Johnny B. Goode”, “Roll Over Beethoven” e “You Never Can Tell”, influenciou diretamente artistas como Beatles e Rolling Stones.
Nascido em 1926, em Saint Louis (EUA), Berry começou a tocar guitarra na adolescência e despontou nos anos 1950, após conhecer o produtor Leonard Chess e o bluesman Muddy Waters. Seu som combinava ritmo contagiante e narrativas acessíveis, ajudando a moldar a identidade do rock’n’roll.
Além de músico, era também performer: sua famosa “duck walk” — em que tocava a guitarra agachado e pulando em uma perna — virou marca registrada. Entrou para o Hall da Fama do Rock em 1986, apresentado por Keith Richards. Mesmo com passagens polêmicas pela justiça, Berry se manteve uma referência musical. Lançou seu último álbum, “Chuck”, em 2017, ano de sua morte, aos 90 anos, deixando um legado essencial para a história da música.
Jimi Hendrix

Nascido em 1942 em Seattle, Jimi Hendrix começou a tocar violão na adolescência e rapidamente se envolveu com bandas de rhythm and blues, acompanhando nomes como Little Richard e os Isley Brothers. Após sair do Exército, passou anos tocando em clubes pelos Estados Unidos até ser descoberto pelo baixista Chas Chandler, que o levou à Inglaterra em 1966. Lá, formou o The Jimi Hendrix Experience, com Noel Redding e Mitch Mitchell, e alcançou sucesso imediato com o álbum Are You Experienced?, que incluía faixas icônicas como “Purple Haze” e “Foxy Lady”.
Com um estilo inovador na guitarra, Hendrix ficou conhecido por seu domínio das distorções, uso expressivo do feedback e performances ao vivo explosivas. Sua apresentação no Monterey Pop Festival, em 1967, quando incendiou a guitarra no palco, marcou sua consagração nos Estados Unidos. O sucesso se repetiu em Woodstock (1969), onde sua versão do hino nacional americano se tornou um símbolo da contracultura. Ainda assim, Hendrix buscava novos caminhos musicais, misturando blues, rock psicodélico e sons experimentais.
Apesar da fama, enfrentou conflitos criativos, desgaste físico e desilusões com a indústria. Tentou se reinventar com a Band of Gypsys, mas retornou à formação original da Experience pouco antes de morrer. Jimi Hendrix faleceu em 18 de setembro de 1970, aos 27 anos, deixando um legado imenso em apenas quatro anos de carreira solo. É lembrado como um gênio da guitarra elétrica e uma das figuras mais influentes da história da música.
Tina Turner

Tina Turner se destacou como uma das maiores artistas da música ao unir potência vocal, energia no palco e resiliência fora dele. Começou sua carreira nos anos 1960 ao lado de Ike Turner, com quem gravou clássicos como Proud Mary e River Deep, Mountain High. Após romper com o parceiro e superar uma relação abusiva, ela se reinventou como artista solo e alcançou ainda mais sucesso na década de 1980.
Seu renascimento veio com o álbum Private Dancer (1984), que trouxe hits como What’s Love Got to Do With It, vencedor do Grammy, e Better Be Good to Me. Na mesma época, consolidou sua presença como estrela global com turnês lotadas e trilhas de filmes como We Don’t Need Another Hero (de Mad Max) e GoldenEye, tema de James Bond.
Ao longo da carreira, Tina vendeu milhões de discos, ganhou 8 Grammys e foi celebrada no Hall da Fama do Rock & Roll. Seu timbre rouco e inconfundível, combinado à sua história de superação, a transformaram em um ícone da música e uma referência para artistas de diferentes gerações.
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