O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, celebrado neste domingo, dia 25 de julho, simboliza mais uma data de luta contra o racismo. Ainda hoje, uma das formas de resistência é a aceitação de um dos aspectos mais característicos da identidade negra: o cabelo.
Em meio a uma sociedade em que o padrão de beleza é ser branca, qualquer traço — ou fio — que não seja associado a essa etnia é considerado “ruim”. Por isso, o especialista em “cabelos reais” Bruno Dantte aponta sete motivos para se aceitar e enxergar beleza em cada curvatura.
Notícias Relacionadas
Suco de Axé: Meninos Rei celebra a essência da Bahia com desfile inesquecível na SPFW
Met Gala 2025 reúne Pharrell, LeBron e Hamilton e nomes da moda e cultura
Para assumir o cabelo natural é preciso, primeiramente, desconstruir mitos, especialmente os relacionados ao cabelo crespo. Um deles é que os fios são resistentes e “duros”. Segundo Bruno, cabelos com curvatura mais fechadas, como os 4A, 4B e 4C, são super finos e a ação da química neles é muito mais agressiva.
Outro ponto importante é a ideia de que o cabelo afro não define. Por anos, produtos de beleza foram escassos às mulheres negras, tornando, portanto, o cuidado menos preciso. “O preconceito sempre vai apontar que o cabelo afro é mais difícil de lidar, mas é justamente ao contrário. Quando mulheres aprendem a fazer uma definição, ela pode durar por dias. Além disso, livre das químicas a versatilidade é garantida, podendo ousar nos penteados, na coloração mais saudável, nas tranças e, até mesmo, na chapinha sem danificar os fios”, explica Bruno Dantte.
O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha surgiu em 1992, em um encontro de mulheres negras em Santo Domingos, na República Dominicana. Elas definiram a data e criaram uma rede para pressionar a Organização das Nações Unidas (ONU) a assumir a luta contra as opressões de raça e gênero.
Atualmente, as mulheres negras são maioria entre os brasileiros (28%), de acordo com o IBGE. No entanto, representam o grupo socioeconômico e político mais vulnerável do país.
Confira os 7 motivos para assumir já o cabelo natural:
1 – Ter o cabelo mais saudável
O cabelo crespo sempre foi tratado com química quando, na verdade, a química não trata, mas deteriora e quebra a fibra capilar, deixando-a mais sensível, seca e sem vida. Então, se você quer poder ter um cabelo mais brilhoso e hidratado, de dentro para fora, é ideal assumir os cachos ou o Black Power.
2 – Poder descolorir sem medo
Consequentemente, com um cabelo mais saudável é possível descolorir, podendo brincar um pouco mais com as cores. Quando um cabelo com química é tingido, ele quebra, pois a coloração é uma química alcalina e o relaxamento também. No momento em que são combinados, o cabelo pode cair, quebrar ou ficar extremamente ressecado.
3 – Versatilidade de penteado
O cabelo crespo pode ser usado definido, ou seja, com muito ou pouco volume; pode colocar tranças também — característica muito importante da cultura africana. Inclusive, ele é tão versátil que pode ser usado liso, fazendo uma escova, ou formando cachos com o babyliss ou chapinha. O cabelo natural aguenta toda a versatilidade que a química não proporciona.
4 – Ter mais autoestima
Quando a mulher negra assume seu cabelo crespo ou cacheado tem a autoestima muito mais elevada, pois é um visual que ela começa a experimentar com o cabelo mais saudável e versátil. O fator volume tem sido cada vez mais visto como empoderamento negro. A possibilidade em poder ser quem é e mudar a partir do natural transforma a autoestima.
5 – Ser representatividade
As mulheres que já assumem os seus cabelos naturais são referências para outras pessoas no trabalho, na família, para crianças. Com o advento das redes sociais, esse movimento de representatividade tem crescido e ajudado, cada vez mais, pessoas a reconhecerem a beleza que existe em cada curvatura do cabelo afro e na mulher negra.
6 – Combater preconceitos e o racismo
Ainda hoje, muitas mulheres precisam alisar o cabelo para serem aceitas no mercado de trabalho, por exemplo. A partir do momento em que as crespas e cacheadas começam a usar o cabelo natural, há um movimento de mudança de consciência, quebrando preconceitos e racismo. No dia a dia, essas mulheres contribuem para normalizar em todos os ambientes o cabelo crespo com volume, com definição, loiro, grande, em todas as suas formas.
7 – Assumir a identidade (ser você mesma)
Todo povo tem a sua identidade. A identidade de uma mulher crespa está muito associada ao cabelo. Deixar o cabelo natural é uma forma de resistência contra aos padrões e é aceitar sua ancestralidade, acima de tudo, fortalecendo um movimento de que vidas, culturas e fenótipos de pessoas negras importam e merecem ser apreciados.
Notícias Recentes
FOTO 3X4: HUD BURK - Cantora
‘O Auto da Compadecida 2’: Um presente de Natal para os fãs, com a essência do clássico nos cinemas