O que está acontecendo no Brasil não é um acaso ou um situação passageira, como uma espécie de surto que sumirá na queda do Bolsonaro. O que está acontecendo é uma reação permanente e cada vez mais exposta a consciência e os avanços sociais conquistados pelas lutas negras. A gente está observando é a reação conservadora e reacionária da supremacia branca brasileira na defesa do mundo colonial em que “negros saibam o seu lugar”. O jogo tácito, agora precisa de barulho. Isso é um sinal de que estamos avançando, mas é um alerta sobre que tipo de reação virá. Um exemplo simples:
um pai abusivo quanto mais terá autoridade, quanto menos precisar gritar, bater, punir. O pai que só precisa olhar pra ter sua vontade correspondida é o que tem mais autoridade. Quando ele precisa bater e gritar, apesar de expressão de força, é um sinal de fragilidade da autoridade. Quanto menos autoridade, mas o exercício da violência terá que se explicitar.
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Exatamente isso que está ocorrendo no Brasil. A supremacia branca está precisando se expor explicitamente. Esse governo é essa expressão pública dos valores coloniais, racistas. É um primeira mostra da reação racista. Suas reformas e políticas aumentam o fosso social entre negros e brancos no Brasil. Cumpre sua fala de que não haverá nenhum centímetro de terra quilombola ou indígena. Destrói a Amazônia. Tentou dar mais instrumentos legais pro exercício do genocídio pelo estado policial (Moro), colocou um anti-negro na Fundação Palmares, e agora cada vez mais, com manifestações públicas de identificação com a Ku Klux Klan que pipocam desde o governo até a sociedade civil. Ou vocês esqueceram o Secretário de Cultura Roberto Alvim? Ou o gesto branco supremacia do Felipe Martins, assessor internacional da presidência? Gesto que em outro vídeo o Bolsonaro diz que é legal, mas que se fizer complica ele? David Duke, ex líder da KKK que elogiou o Bolsonaro e disse: “ele soa como nós”?
Na foto:
– a roupa da KKK;
– na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos erguida a custa da escravização, tortura e morte do povo preto;
– caminharam em território quilombola com roupa da KKK e em defesa dos torturadores.
Jonathan Raymundo