Em mais um episódio de ameaça às mulheres negras na política, a deputada estadual Bruna Rodrigues denunciou, na última terça-feira, 15, as ameaças de morte e estupro que recebeu por e-mail. A mensagem, enviada por um remetente identificado como Anderson Rocha, continha ofensas relacionadas ao mandato da parlamentar, além de ataques pessoais contra ela e sua filha. No texto, o autor das ameaças se descreveu como “um homem branco, heterossexual e cidadão de bem”.
De acordo com a deputada, o conteúdo da mensagem vai além de um discurso de ódio, sendo uma tentativa clara de intimidar e silenciar sua atuação na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, onde representa comunidades historicamente marginalizadas. “Atacam a democracia, atingindo o mandato de uma mulher preta e o que para nós é fundamental: a família. Falam da minha filha de forma cruel”, disse Bruna.
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O caso já foi comunicado à presidência da Assembleia, que, segundo Bruna, está tomando providências. A deputada relatou que a presidência da Casa deve notificar a Secretaria Estadual de Segurança Pública e solicitar uma reunião com o secretário Sandro Caron ainda hoje. “Há um crime claro contra a atividade parlamentar”, afirmou.
Bruna optou por não divulgar o conteúdo completo da mensagem devido à sua natureza violenta, mas garantiu que tais intimidações não a farão desistir de sua trajetória política. “Nosso mandato popular segue firme. Estou no caminho certo, e isso incomoda quem acredita que mulheres como eu não deveriam ocupar espaços de poder e decisão”, destacou a deputada.
Além de Bruna, outras parlamentares também foram alvo de ameaças semelhantes, incluindo a deputada federal Daiana Santos (RS) e as deputadas estaduais Thainara Farias (SP) e Rosa Amorim (PE). Para a deputada, essas ameaças fazem parte de uma cadeia de ataques coordenados, com motivações racistas, misóginas e lgbtfóbicas.
Eleita uma das primeiras deputadas negras na história da Assembleia Legislativa gaúcha, Bruna reiterou que não se deixará intimidar pelas ameaças e que seguirá lutando por suas causas. “Não vão me silenciar”, concluiu.
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