
Com os astros Denzel Washington e Jake Gyllenhaal, “Othello” se tornou um fenômeno nos Estados Unidos, alcançando a maior bilheteria da Broadway ao arrecadar US$ 2,8 milhões em apenas uma semana.
Para Washington, este trabalho tem um significado especial. “É o momento mais animado que já fiquei neste século. Sério. Nunca fiquei tão animado com nada que já fiz como estou com isso”, contou em entrevista à CBS News.
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Apesar de Washington ser vencedor de dois Oscars por ‘Tempos de Glória’ e ‘Um Dia de Treinamento’, ele destaca que não sabe o que significa ser um ator de Hollywood. “Eu sou um ator de teatro que faz filmes; não é o contrário. Eu fiz o palco primeiro. Aprendi a atuar no palco, não no cinema. Filmes são o meio de um cineasta. Teatro é o meio de um ator. A cortina sobe, ninguém pode te ajudar”.
Em “Othello”, seu sexto trabalho na Broadway, o vencedor do Tony Award por ‘Fences’, desta vez encarna o poderoso general cuja confiança é minada por Iago, vivido por Gyllenhaal. A peça ganha uma ambientação contemporânea, incluindo discussões sobre TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático) entre soldados.
Washington, agora aos 70 anos, também refletiu sobre como ele se relaciona com a peça e sua linguagem diferentemente de quando tinha 22 anos: “Eu sei muito menos agora. Eu achava que sabia tudo naquela época! Eu realmente não gostava do papel, porque eu não era sábio o suficiente para entendê-lo. Agora eu entendo que é realmente sobre um vínculo, você sabe, que esses personagens têm. Ele ama não sabiamente, mas muito bem”.
“Othello” já foi apresentado na Broadway mais de 20 vezes. Durante grande parte desses espetáculos, o protagonista foi interpretado por atores brancos com blackface. Até que em 1943, Paul Robeson assumiu o papel em uma performance histórica. A última vez que a peça esteve em cartaz foi em 1982, com James Earl Jones.
“James Earl Jones era minha estrela do norte quando eu estava na faculdade. Ele era quem eu queria ser. Não consegui ver o Othello dele, mas sei que não foi tão bom quanto minha interpretação de 22 anos! Mas, você sabe, é a minha vez”, disse Washington.
O atual espetáculo se tornou um sucesso absoluto e os ingressos custam chegam a quase US$ 1.000 nos assentos principais. Apesar das críticas ao preço, os atores estão empolgados com a valorização do trabalho de uma vida. “Trabalhei minha carreira inteira por esse momento. Esta é uma jornada de 48 anos para mim. É fascinante ter sido jovem demais para o papel, e alguns podem dizer que agora sou velho demais. Mas 48 anos de experiência, então 48 anos de dor, prazer e vida informaram minha abordagem para interpretar o papel”, celebra Washington.
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