
No dia 1 de abril, o Instituto Yduqs e o Instituto de Educação Médica (IDOMED) lançaram o curta-metragem “Corpo Preto”, uma produção baseada em relatos reais que expõe o racismo nos serviços de saúde do Brasil. O filme, disponível no YouTube, aborda as microagressões e a negligência enfrentadas por pacientes negros, evidenciando disparidades no atendimento médico que impactam diretamente sua qualidade de vida.
Dirigido por Nany Oliveira, o curta acompanha a jornada de um homem negro, interpretado por César Mello, vítima de negligência médica, usando recursos visuais como desfoque para simbolizar a invisibilidade imposta a esses pacientes. A obra é inspirada em pesquisas do projeto MEDIVERSIDADE, iniciativa do Instituto Yduqs e IDOMED que promove a inclusão de diferentes etnias e realidades sociais na formação médica. Dados do Conselho Federal de Medicina (2023) mostram que apenas 3% dos médicos no país são negros, refletindo uma desigualdade que se estende ao tratamento oferecido a essa população.
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Estudos citados no projeto revelam que pacientes negros esperam, em média, 10 minutos a mais para serem atendidos, têm consultas 47% mais curtas em comparação a pacientes brancos e menor acesso a exames de imagem, como raio-X. Além disso, o tempo entre diagnóstico e cirurgia é 6,7 dias maior para negros, o que pode comprometer prognósticos e sobrevida.
O lançamento ocorreu no Cinema Estação do Shopping da Gávea (RJ), seguido de um debate com a médica Amanda Machado, do Núcleo de Inclusão do IDOMED, e mediação de Annelise Passos, da Artplan. A campanha incluirá exibições em cinemas, ativações com influenciadores e palestras sobre letramento racial.
Paralelamente, foi lançado o livro “Nigrum Corpus – Um estudo sobre racismo na medicina brasileira”, com depoimentos reais e análise de vieses na formação médica. A obra será distribuída em faculdades de medicina, visando capacitar futuros profissionais no combate ao racismo institucional.
“‘Corpo Preto’ é um relato emocionante que traz visibilidade a um problema que pessoas negras enfrentam diariamente no Brasil: o tratamento desigual em serviços médicos”, afirma Claudia Romano, presidente do Instituto Yduqs e vice-presidente do grupo educacional Yduqs. “O Mediversidade provoca um debate sobre o papel da educação na construção de uma sociedade mais inclusiva. Estamos transformando a prática médica para formar profissionais preparados para cuidar de todas as vidas.”
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