Conhecer histórias negras nos ajuda a compreender as estruturas do presente. Essa é a premissa do podcast Tereza, criado e apresentado por Debora Simões, historiadora e Doutora em Antropologia Social. O projeto, disponível no Spotify, possui uma temporada com 5 episódios. Em cada episódio, uma vida negra foi destaque. “O objetivo do podcast Tereza é celebrar a força e resistência das pessoas negras“, conta Débora em entrevista ao MUNDO NEGRO.
“Apresentar sujeitos negros, que lutaram, resistiram e protagonizaram em diversas áreas, como por exemplo, a Maria Firmina dos Reis, a primeira mulher negra a publicar um romance no Brasil”, diz a historiadora. Ela foi revolucionária na literatura, que é dominada por pessoas brancas e uma mulher negra e nordestina foi pioneira. Ou o próprio Luiz Gama e seu empenho nas causas da liberdade que provou nos tribunais que inúmeros negros estavam sendo escravizados ilegalmente, isso com base na própria legislação da época. Imagina um menino negro de periferia vendo e ouvindo a História de Luiz Gama, a potência em relação a representatividade e construção de identidade?“.
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Com o intuito de abarcar indivíduos de diferentes campos de atuação e momentos históricos diferentes, o projeto apresenta detalhes sobre Carolina Maria de Jesus, Milton Santos, Luiz Gama e Maria Firmina dos Reis. A partir da biografia desses sujeitos é possível debater temas como racismo, movimento negro, intelectualidade negra e história do Brasil. Em cada episódio Debora Simões recebe um convidado. No último episódio o convidado foi o jornalista Tiago Rogero. “Acredito na potência de compartilhar a história de negros e negras do Brasil, para que possamos nos ver, nos enxergar a partir dos nossos olhos e não de uma perspectiva branca”, destaca Débora. “Para além desse aspecto que comecei a minha resposta há também a responsabilidade dos professores de fazer valer a lei 10.639 essa que torna obrigatório o Ensino da história e cultura africana e afro-brasileira em todos os níveis de ensino e em todo território nacional. O que isso significa? Ao pé da letra, nenhum engenheiro pode se formar sem conhecer a trajetória dos irmãos Antônio e André Rebouças”.
Pesquisa, roteiro e apresentação: Debora Simões
Edição e Sonorização: Marché
Arte visual: Julia Feital
Musicas: Luan Sodré do álbum “Afrodiaspórico”
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