Dandara Luz é a primeira mulher trans mestranda do departamento de tecnologias energéticas e nucleares da UFPE
Sabemos das dificuldades que cercam pessoas negras no ambiente acadêmico e que as chances e oportunidades são escassas, e esses desafios podem triplicar quando falamos de pessoas pretas e transgêneros.
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Por isso, é importante comemorar a entrada de uma travesti preta no programa de pós graduação na considerada pelo Academic Ranking of World Universities como a melhor universidade do Nordeste.
Em conversa com o Mundo Negro, Dandara falou um pouco sobre sua trajetória na academia e os desafios enfrentados enquanto uma mulher trans e negra.
“Foi tudo muito difícil, mas eu consegui ser aprovada em três universidades públicas do estado de Pernambuco (…) Minha transição de gênero aconteceu no meio do curso, e foi quando as coisas pioraram. Poucas pessoas respeitavam meu nome e gênero, o uso do banheiro era sempre um pesadelo pra mim até que eu abandonei o curso”.
Ao contar sua história, Dandara relata como a cisgeneridade branca pode ser cruel. Se tratando da universidade, que é um local majoritariamente hétero, cis e branco, para uma travesti negra se manter neste ambiente é mais que perseverança, é resistência.
“Um ano depois eu retorno e me formo sendo aprovada pela banca com 10 no TCC. Hoje, sou a primeira travesti negra formada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Pernambuco.” conta Dandara, que em um ato de resistência retornou os seus estudos se tornando hoje, a primeira e única mestranda travesti do departamento inteiro.
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