Margareth Menezes aceitou o convite de Lula (PT) para assumir o Ministério da Cultura, segundo a Folha de São Paulo. Mas até a manhã desta segunda-feira (12), não houve um pronunciamento oficial do futuro presidente e da cantora. O vazamento de informação do convite para artista gerou críticas dentro de alas do partido e do setor cultural.
O convite foi uma sugestão da Janja, futura primeira-dama. Além de cantora, Margareth é fundadora da Associação Fábrica Cultural, em Salvador (BA), de combate ao trabalho infantil, exploração sexual e outras violações de direitos; dirige o Mercado Iaô, agência de produção cultural atuante no Estado e é embaixadora da IOV-UNESCO, grupo que visa preservar e fomentar a produção cultural.
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Ainda assim, há pessoas que não concordam com a posse dela como Ministra da Cultura. “Somos questionadas em tudo”, rebateu a escritora Conceição Evaristo, em defesa da artista e das outras mulheres negras.
“Talvez, o mais importante agora, seria uma acumulação de energia em torno de Margareth Menezes. Tenho dito, as mulheres negras com as suas candidaturas, com seus cargos eletivos, suas vidas sacrificadas até à morte, popularizam os partidos, representam a base, legitimam discursos de uma esquerda que veemente (de uma direita também) se diz não racista, não machista, não transfóbica, não elitista, afirmando ser democrática. Um povo cheio de boas intenções teóricas, discursivas. Bocas pronunciadoras de apoio às mulheres negras, na hora de escolherem, optam pelo nome de homens brancos. Aos homens brancos é pedido ‘diploma ministerial’, ‘curso de gestor público’?”, aponta a escritora.
Entre duras críticas contra as pessoas brancas, Conceição Evaristo finaliza com um pedido. “Malungas, malungos, quilombolas, sisters, brothers, gente de espírito e práticas democráticas, nós sabemos quão duro é o nosso caminho. Por isso pouco falo, pouco provoco, pouco respondo, quero concentrar forças, guardar o Axé para expandir no momento e com as pessoas exatas. Bora lá, Margareth. Bora Lula, bora todas pessoas que estão sendo nomeadas. E quem é do clã, como lugar de pertença, e não de visita, sabe que precisamos guardar nossas energias, para velar, cuidar, vigiar, cumpliciar, amparar a saga de Margareth Menezes, que não será fácil. Sabemos!”.
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